A jovem que fez a publicação original no Twitter acabou excluindo o vídeo, isso porque ela não esperava que o público fosse criticar suas ações.

Os costumes, hábitos e convenções sociais acabam atravessando gerações, fazendo com que comunidades inteiras vivam a partir de alguns códigos de ética e de conduta. Essas tradições dificilmente são abandonadas pela população, que além de se sentir dentro de uma zona de conforto com elas, também acabam acreditando que existem poucas formas “corretas” de existência, sendo aquela em questão uma das poucas.

Dentro da religião, por exemplo, principalmente as mais tradicionais, como catolicismo, islamismo, judaísmo, entre outras, a forma como os padres e/ou sacerdotes celebram aquele momento de união cumpre uma série de regras e normas que atravessam milênios. As roupas, as palavras, a ordem das rezas, a forma como se reza, nada está ali ao acaso, e muitos fiéis se sentem confortáveis em nunca questionar essas regras.

O padre Gerardo Zatarain, de Torreón, no México, acabou passando por uma situação complicada quando celebrava uma missa no ano passado. De acordo com registros feitos na ocasião, ele acabou levando sua cachorrinha, deixando-a em seu colo durante o encontro com os fiéis, pensando no bem-estar de sua amiga.

Muito conhecido na Comarca Lagunera, região no norte do México, que abarca os estados de Durango e Coahuila, o padre tomou a decisão de levar a cadelinha para que ela não se sentisse sozinha. Percebendo que a companheira estava doente, não conseguiu deixá-la sozinha em casa, e sabia que os fiéis não reclamariam de sua atitude. Dito e feito, as pessoas presentes na celebração acharam o momento bonito, e inclusive registraram algumas cenas para compartilhar nas redes.

Para o pároco, a atitude não deve ser encarada como algo “especial”, segundo publicação da página Defensoria Animalista Torreón, ele acredita que essa é apenas uma manifestação do amor que Deus confiou aos seres humanos. E, nas imagens compartilhadas, é possível perceber que a amiga não atrapalhou a celebração, permanecendo no colo do tutor, enquanto ele trabalhava.

Direitos autorais: reprodução Facebook/ Defensoria Animalista Torreón

Por que celebrar com animal no colo?

De acordo com declaração do Zatarain, ele e a companheira peluda tinham trocado de paróquia e de casa há pouco tempo. Essa mudança acabou abalando a cachorrinha, que estranhou a movimentação e se mostrou ansiosa, além de doente. Isso fez com que ele tomasse a iniciativa de levá-la consigo para as celebrações da missa, algo que agradou muito a quem estava presente, mostrando que o padre se expressa não apenas pelas palavras, mas também pelos seus atos.

Uma das fiéis acabou registrando alguns segundos da missa, com o intuito de compartilhar no Twitter, elogiando o comportamento do pároco. Porém, sua publicação acabou atraindo críticas negativas, de usuários que acreditavam que aquele comportamento de Gerardo não seguia com a tradição das celebrações de missas católicas. Alguns reforçaram que ele não “estava em um parque”, e que precisava ser mais respeitoso “na casa do Senhor”.

Segundo esses internautas, não se pode permitir que as Igrejas abram as portas para animais, e que padres esqueçam as maneiras mais tradicionais de celebrar uma missa. Vale lembrar que o caso aconteceu em uma igreja católica, e que o incômodo não ocorreu para aqueles que estavam presentes no local, e sim para aqueles que nunca viram Gerardo celebrar uma única missa.

Um ponto levantado por usuários é justamente o fato de aprender que os animais precisam ter os cuidados levados a sério, assim como qualquer pessoa. A saúde física e emocional dos pets também é relevante, e muitos animais acabam tendo a expectativa de vida reduzida por não receber os cuidados apropriados de seus tutores. A atitude do padre agradou, principalmente, aos que lutam em defesa dos animais, e muitos reforçaram que ele mostra aos fiéis como agir, não apenas oferece sermões e palavras vazias.

Além disso, outros ainda afirmaram que o padre não tomou essa atitude na intenção de profanar a igreja ou faltar com respeito aos fiéis, mas, sim, de fazer do templo de Deus um local acessível a todos os seres vivos. Alguns internautas apontaram que essa decisão pode ser tomada com a comunidade religiosa, a partir de simples votações de quem realmente frequenta o local, que são justamente as pessoas que devem ter seus pedidos ouvidos.

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Agatha Rodriguez
Jornalista e redatora no site O Segredo. Procura escrever sobre temas impactantes e presentes no cotidiano de todos, incentivando as pessoas a se tornarem melhores a cada dia.

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