O câncer colorretal, também referido como câncer de intestino, é uma doença que afeta o cólon ou o reto – partes vitais do sistema digestivo.
Esta condição surge quando células anormais começam a crescer de forma descontrolada, resultando em um tumor. Este tipo de câncer é uma das principais causas de morte por câncer globalmente, mas tem um alto índice de cura se for detectado e tratado precocemente.
O oncologista Samuel Aguiar enfatiza que um dos sinais mais importantes a se observar é a presença de sangue nas fezes. “Aí é colonoscopia direto”, diz ele, sublinhando a relevância deste exame para o diagnóstico.
Como é feita a investigação
A colonoscopia é o exame preferencial para detecção do câncer colorretal. Trata-se de um procedimento endoscópico que permite a visualização do intestino grosso e do reto. Este exame é recomendado tanto para casos com sintomas suspeitos quanto para rastreamento em indivíduos sem sintomas, especialmente a partir dos 50 anos.
Para aqueles com histórico familiar da doença, o rastreamento deve começar mais cedo, por volta dos 40 anos. Apesar da maioria dos diagnósticos no Brasil ocorrer após os 55 anos, especialistas alertam para o aumento de casos em pacientes mais jovens, entre 40 e 45 anos.
A colonoscopia é realizada sob sedação e não causa dor. Além de identificar tumores, permite a remoção de pólipos – formações benignas que podem evoluir para câncer. Esta intervenção preventiva é crucial, uma vez que o câncer de intestino geralmente se desenvolve lentamente, muitas vezes ao longo de anos, aumentando as chances de tratamento eficaz.
Sintomas da doença
Na fase inicial, o câncer colorretal frequentemente não apresenta sintomas, tornando o rastreamento preventivo ainda mais vital.
À medida que a doença avança, podem surgir sinais como:
- Presença de sangue ou muco nas fezes;
- Fezes escurecidas ou em formato de fita;
- Anemia inexplicável;
- Cólicas abdominais ou dores ao evacuar;
- Alteração no hábito intestinal (diarreia ou constipação);
- Sensação de empachamento mesmo após evacuar;
- Perda de peso sem motivo aparente;
- Cansaço constante.
É importante lembrar que esses sintomas podem estar associados a outras condições, como hemorroidas ou síndrome do intestino irritável, mas devem ser avaliados por um médico para um diagnóstico correto.
Quais as causas
O desenvolvimento do câncer colorretal é resultado de alterações no DNA das células. Essas mutações podem ser herdadas geneticamente ou adquiridas ao longo da vida por fatores ambientais e comportamentais.
O oncologista Samuel Aguiar destaca que o câncer de intestino é amplamente influenciado pelo estilo de vida, sendo associado a uma dieta pobre em fibras e rica em alimentos ultraprocessados, além do sedentarismo.
Por outro lado, hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada com alto consumo de fibras (encontradas em frutas, verduras, legumes e grãos integrais) e a prática regular de exercícios físicos, são fatores protetores contra a doença. Evitar o consumo excessivo de álcool e o tabagismo também reduz significativamente o risco.
Possibilidades de tratamento
O tratamento do câncer colorretal varia de acordo com o estágio da doença e pode incluir diversas abordagens, isoladas ou combinadas:
- Cirurgia: é o tratamento mais comum, especialmente em estágios iniciais, e envolve a remoção do tumor e da parte afetada do intestino.
- Quimioterapia: utilizada para destruir células cancerígenas ou evitar a propagação do câncer, geralmente em casos mais avançados.
- Radioterapia: indicada para reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia ou para aliviar sintomas em casos de câncer avançado.
- Imunoterapia: estimula o sistema imunológico a reconhecer e combater as células cancerígenas.
- Terapia-alvo: uso de medicamentos que agem especificamente nas características das células tumorais, causando menos efeitos colaterais em relação à quimioterapia convencional.
Essas opções são avaliadas pelo oncologista de acordo com o quadro clínico do paciente, e o sucesso do tratamento depende do diagnóstico precoce e do acompanhamento contínuo.
A importância da prevenção
O câncer colorretal é uma doença grave, mas amplamente prevenível e tratável quando diagnosticado a tempo. A adesão ao rastreamento regular, como a colonoscopia, pode identificar lesões precoces ou pólipos antes que se tornem malignos.
Além disso, adotar um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e prática de atividades físicas, é essencial para reduzir os riscos.
Estar atento aos sintomas e buscar orientação médica ao notar qualquer alteração são passos fundamentais para a saúde e qualidade de vida.
*Nota: as informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.