A jovem Victoria Pinese Sartorelli, de 24 anos e estudante de medicina, provocou debates ao divulgar um vídeo onde declara ter adquirido uma verruga por contaminação do papilomavírus humano (HPV), sugerindo que a infecção veio de objetos na academia que frequenta.

O vídeo se popularizou rapidamente, atingindo milhões de visualizações e causando confusão acerca das várias cepas do vírus e suas formas de transmissão.

Victoria percebeu inicialmente o que parecia um calo em seu dedo em junho do ano passado, começando como uma área pequena e áspera que evoluiu para uma verruga.

Compreendendo os tipos de HPV

O HPV é mais conhecido por sua transmissão sexual, mas também pode causar verrugas em pele e mucosas. Existem mais de 150 subtipos do vírus, responsáveis por diferentes manifestações clínicas sem correlações diretas entre si.

Assim, o tipo de HPV que provoca verrugas é distinto daquele que pode elevar o risco de câncer cervical. Victoria suspeita que a contaminação tenha ocorrido na academia, um ambiente onde ela frequentemente toca em objetos usados por várias pessoas.

O Manual MSD informa que a transmissão de verrugas virais geralmente ocorre pelo contato direto pele a pele, podendo também acontecer por autoinoculação (de uma parte do corpo para outra) ou, em casos raros, através de objetos contaminados.

Locais como academias e piscinas são especialmente suscetíveis à transmissão do HPV, pois as microlesões na pele facilitam a entrada do vírus.

Tratamento e prevenção

Victoria tratou sua verruga com ácido salicílico, aplicando-o três vezes ao dia. Com o tempo, a pele ao redor da verruga amoleceu até que ela desapareceu completamente.

Para prevenir a contaminação, recomenda-se evitar contato direto com verrugas, usar calçados em locais públicos como banheiros e manter a pele hidratada para evitar rachaduras. Cobrir as verrugas com esparadrapo também pode prevenir a transmissão do vírus para outras partes do corpo ou pessoas.

Embora geralmente inofensivas, as verrugas podem ser desconfortáveis e causar discriminação. Portanto, é crucial adotar medidas preventivas e promover educação sobre o tema para diminuir o risco de contágio e evitar problemas sociais relacionados.

A academia como vetor potencial?

O relato de Victoria reacendeu a discussão sobre a importância da higiene em espaços públicos, particularmente em academias onde os equipamentos são compartilhados.

Esses aparelhos podem acumular suor e células da pele, criando um ambiente propício para a proliferação do HPV e outros patógenos, visto que o vírus pode sobreviver em temperaturas entre 4°C e 37°C.

Em entrevista ao portal Metrópoles, a infectologista Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, comentou que embora não seja comum o contágio em academias, ele é possível.

“A forma de transmissão normalmente é um contato mais próximo, a mucosa onde está a lesão com o HPV entrando em contato com uma outra mucosa”, explicou ela.

Para minimizar o risco de contágio, Raquel recomendou desinfetar os aparelhos antes e após o uso e usar toalhas ou luvas para cobrir as superfícies durante os exercícios.

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