A mulher, chamada Paloma, foi diagnosticada com ELA depois de ter paralisia e sentir cansaço extremo.
Paloma Alecrim (26), atriz e produtora cultural, tomou um susto ao receber um diagnóstico de rara doença neurodegenerativa. Ela reclamava constantemente de cansaço e descobriu que tinha ELA.
De acordo com o portal UOL, a estudante da SP Escola de Teatro sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Paloma inclusive teve sua fala prejudicada ao ter paralisia. A jovem é mineira de Araçuí, mas saiu de sua cidade para tentar a vida na Grande São Paulo, onde se dedicava à dramaturgia.
No entanto, ela precisou retomar às raízes e ficar mais perto da família e dos amigos para realizar seu tratamento de saúde. Os médicos avaliam que sua expectativa de vida está entre dois a quatro anos, aproximadamente. Em abril de 2022, Paloma Alecrim começou a sentir os primeiros sintomas como fraqueza muscular e cansaço excessivo, associando-os à possíveis sequelas de Covid-19, a qual contraiu um ano antes.
Frequentemente, Paloma tinha espasmos musculares, sua voz ficava rouca quase sempre e alguns movimentos corporais eram involuntários. Ela já não conseguia fazer atividades antes consideradas comuns e fáceis. Seu corpo estava dando indícios de que algo não estava bem.
A atriz estava enfrentando dificuldade em simples afazeres da sua rotina, como cortar alimentos, pentear os cabelos e até mesmo manusear talheres. Escorregava dentro do imóvel onde morava, caía ao andar na rua ou pedalar de bicicleta.
Direitos autorais: Arquivo pessoal
Estudante de teatro, em meados de setembro do ano passado, quando estava doente sem saber, estreou o monólogo “Olhos D’água”. Teve alguns contratempos antes da realização da peça, mas em meio aos desafios, foi lá e deu seu melhor.
Anteriormente à apresentação, ela participou de uma aula de canto e não conseguiu cantar porque sua voz não saía. Aquilo a deixou bastante emocionada e ela foi acolhida tanto pelos amigos como pela professora. No trajeto de volta para casa, pensou muito sobre o episódio e teve a certeza de que estava longe de ser timidez.
O diagnóstico
Paloma Alecrim chegou a ir a um neurologista. No entanto, não conseguiu fazer os exames solicitados pelo médico: uma eletroneuromiografia dos quatro membros e uma ressonância magnética. Ao retornar à consulta, ela estava com uma atrofia na mão e seu lado esquerdo do corpo comprometido.
Suas pernas tremiam por mais de um minuto, sem que tivesse qualquer controle e aquilo começou a lhe corroer por dentro. Diante de uma situação difícil em que a angústia falava mais alto porque sabia que seu caso era de urgência, ela precisou esperar a vaga para ser atendida pelo SUS.
Direitos autorais: Arquivo pessoal
Em novembro, resolveu telefonar para uma amiga médica e em seguida enviou a gravação mostrando os espasmos musculares. A profissional encaminhou a jovem para o Hospital das Clínicas, em São Paulo. Lá, ela foi submetida a diversos exames e precisou ficar internada durante cinco dias.
Foi nesta ocasião que o diagnóstico veio trazendo a resposta que ela tanto buscava. Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) era a doença rara que havia acometido Paloma. Foi preciso excluir outras doenças para ter um resultado preciso.
O baque da notícia
Ela recebeu a notícia em uma sala com cinco médicos. Os mesmos a explicaram que o caso era raro, ainda mais em sua idade. Deixaram claro também que ela teria pelo menos de dois a quatro anos de vida.
Sem querer preocupar a família, manteve tudo em segredo, até que voltou para Minas Gerais em meados de novembro, para morar com sua avó, que é uma mãe de consideração para a mulher.
Direitos autorais: Arquivo pessoal
Salete Alecrim é a força e inspiração de Paloma neste período turbulento que tem enfrentado. A avó materna curte cada momento ao lado da neta, dando-lhe muito amor, carinho e apoio. Os dias têm sido mais leves em meio a companhia uma da outra.
A artista procura encarar tudo com alegria e leveza, vive cercada de amigos, continua fazendo as atividades do seu dia a dia como viajar, andar de bicicleta, tomar banho de mar, cachoeira e rio. Valoriza cada minuto vivido!
A doença
Especialistas apontam que ELA se trata de uma doença rara, especialmente em pessoas jovens. Geralmente, a mesma é mais comum em homens com idade acima de 45 a 50 anos. Ela ocorre por um mecanismo bem específico do DNA, sendo ocasionada normalmente por fator genético.
A sobrevida varia de dois a quatro anos. Na prática, essa enfermidade provoca desgaste e morte de neurônios que deixam de enviar mensagens aos músculos. Por conta disso, acontece a fraqueza muscular progressiva, sensação de tremor e músculo contraído e enrijecido. Vale ressaltar que a consciência permanece intacta, ao contrário dos movimentos.
Quanto ao tratamento, a doença não tem cura. Porém, é fundamental que o paciente faça fonoaudiologia e fisioterapia, para manter a força da garganta e muscular, até onde for possível. Acompanhamento psicológico também se faz necessário. O rápido diagnóstico é a melhor alternativa para evitar a acelerada progressão da ELA, não sendo possível preveni-la.