Uma pesquisa recente trouxe insights intrigantes sobre a atividade cerebral em pacientes que foram declarados clinicamente mortos. O Dr. Stuart Hameroff, anestesista e acadêmico na Universidade do Arizona, discutiu esses resultados que questionam as noções convencionais de como o cérebro opera no momento da morte.
Para realizar o estudo, sensores extremamente precisos foram inseridos nos cérebros de sete pacientes terminais.
Esses aparelhos capturaram informações cruciais como pressão sanguínea e batimentos cardíacos pouco antes da morte dos sujeitos.
Um dos achados mais notáveis foi observado no eletroencefalograma (EEG): uma intensa onda de atividade cerebral imediatamente após a morte clínica.
De acordo com o Dr. Hameroff, esse fenômeno indica que pode haver mais do que um simples cessar das funções corporais. Em uma entrevista ao Projeto Unity, ele revelou:
“Eles viram tudo desaparecer e então [psh] você teve essa atividade quando não havia pressão arterial, nem frequência cardíaca”.
O professor sugere que essa atividade poderia representar uma experiência de quase-morte ou até mesmo “a alma deixando o corpo”, sendo “a última coisa a desaparecer” no processo de morte.
Consciência além da morte
O estudo propõe que a consciência pode ser um processo energético extremamente sutil, persistindo mesmo após o fim das funções vitais. Hameroff explica:
“A questão é que isso mostra que a consciência é, na verdade, provavelmente, um processo de energia muito baixa. Este foi um evento bastante reproduzível, não 100%, mas aconteceu em 50% dos pacientes quando medido”.
Os pesquisadores sugerem que uma possível explicação para esse fenômeno é que o cérebro libera energia quando privado de oxigênio, resultando nessas explosões elétricas.
Hameroff também discutiu essa hipótese durante sua participação na série documental Through the Wormhole, do The Science Channel.
Ele esclareceu:
“Digamos que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir; os microtúbulos percam seu estado quântico”.
No entanto, ele afirma que a informação quântica armazenada nos microtúbulos cerebrais não é destruída, mas dispersa pelo universo.
Informação quântica e experiências pós-morte
O especialista propõe que essa informação quântica possa ser responsável por experiências de quase-morte relatadas por indivíduos reanimados após graves eventos clínicos.
Ele detalha: “
Se o paciente for ressuscitado ou reanimado, essa informação quântica pode retornar aos microtúbulos e o paciente diz: ‘Tive uma experiência de quase morte’.” Se eles não forem revividos e o paciente falecer, é possível que essa informação quântica continue existindo fora do corpo, talvez indefinidamente, como uma alma.
Essa teoria abre caminho para debates tanto filosóficos quanto científicos sobre a natureza da consciência e sua potencial continuidade após a morte física. Os cientistas envolvidos no estudo ressaltam que essas descobertas também impactam significativamente o modo como as pessoas lidam com o luto.
O relatório final do estudo destaca:
“Em nossa prática de tratamento intensivo, passamos uma quantidade significativa de tempo com famílias enlutadas. Nessas interações, descobrimos que a ideia de que ‘algo’ acontece no momento da morte é reconfortante para as famílias”.
Ainda que este estudo esteja em estágios iniciais e necessite de mais investigações, ele ilumina um dos maiores enigmas da existência humana: o destino da consciência após o corpo cessar suas funções.