Segundo dados da OMS, o Brasil é o país com a mais alta taxa de incidência do problema, que atinge 18 milhões de pessoas.
Saber o que se tem e querer ser curado já é parte da cura.
Você já deve ter ouvido falar sobre a tal ansiedade, não é mesmo? E, se não ouviu ainda, ouvirá, e muito; ela tem se tornado um assunto recorrente nos meios de comunicação.
Algumas vezes na vida, podemos ser acometidos de ataques de pânico ou ansiedade diante de acontecimentos emocionais intensos. Mas, dependendo da frequência e intensidade desses ataques, isso pode ser considerado doença.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país que tem a mais alta taxa de incidência do problema, apresentando estimativa de que 9,3% (mais de 18 milhões) da população sofre com algum tipo dessa enfermidade.
Cientificamente falando, o que é essa tal ansiedade?
É um estado emocional com características de medo, é uma vigilância em preparação de ameaça futura, podendo ser real ou imaginária. Na maioria das vezes, é medo desproporcional em relação à ameaça, com desconforto físico e subjetivo. Físico por causa dos sintomas e subjetivo porque é percebido e sentido de forma diferente em cada pessoa, pois devemos levar em consideração que cada pessoa é única, já traz em seu DNA herança genética, com suas experiências, personalidade, modo de perceber e se relacionar com ela mesma e com os outros.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, a ansiedade não é ruim, ela tem sua função. Temos as glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins, que produzem o cortisol, conhecido como o hormônio do estresse. É ele que nos põe em estado de alerta toda vez que nos sentimos ameaçados, nosso instinto de fuga e luta que entra em ação para que protejamos a vida. A produção desse hormônio juntamente com outros faz com que, ao atravessar a rua, olhemos para os lados para nos certificarmos de que podemos seguir adiante, sem perigo.
A ansiedade é reconhecida como patológica quando é exagerada e interfere na qualidade de vida, apresentando desconforto físico e/ou psíquico que interfere no desempenho das atividades diárias da pessoa.
Entre os sintomas, os mais comuns estão: dor no peito, dor de cabeça, formigamento em partes do corpo, tontura, peso na nuca, boca seca, dificuldade para engolir, falta ou aumento de apetite, falta de ar, roer unhas, insônia, inquietação, falar rápido, irritação, aumento ou perda de peso e descontrole emocional.
É estar em um local querendo estar em outro, estar lá e pensamento de preocupação com as pessoas que ama, com medo de que algo ruim possa acontecer a elas na sua ausência, como um “pressentimento”. É querer fazer muitas coisas, e ao fim do dia se culpar por não ter feito nada, porque passou o tempo planejando como fazer sem erros, perfeito, ou porque quer fazer tudo o que é de sua responsabilidade e mais o que lhe for pedido, pois tem dificuldade de dizer “não”.
O ansioso é aquela pessoa “ligada no 220”, e se algo não saiu perfeitamente como ela queria, acha que não está bom, mesmo quando a elogiam, pois é controlador, o que a leva à autocrítica.
É deitar na cama para dormir, com sono, cansado e não conseguir “desligar”, pois o cérebro não para de funcionar, pensando em tudo o que aconteceu durante o dia, semana, mês e anos, criando até diálogos do que nunca aconteceu e possivelmente nunca acontecerá. E quando consegue dormir, é acordar no meio da noite com ataque de pânico, achando que está tendo ataque cardíaco e morrendo. O coração saindo pela boca, mãos e pés gelados, falta de ar, vontade de sair correndo, sem saber para onde, levantar-se pela manhã com a sensação de que nem dormiu, de tanto cansaço.
É se magoar facilmente e guardar a mágoa como uma “moeda de troca”, esperando o momento para dar o troco a alguém. É esquecer facilmente do que ouve, não guarda na memória o que lhe é falado, pois o cérebro está ocupado demasiadamente com suas criações imaginárias e diz para a outra pessoa que é “louca”, cobrando-a por algo que não fora mencionado.
Essa descrição do que é a tal ansiedade também é parte da minha experiência com transtorno do pânico, lapidado há mais de 12 anos, desde que tomei as rédeas da minha vida através do processo de psicoterapia.
Nosso corpo é muito sábio, quando sente algo como ameaçador e não nos damos conta, no curso natural.
Ele nos avisa através de sintomas, para que façamos mudanças no estilo de vida, na forma como pensamos e nos comportamos.
A identificação se faz necessária para que sejam percebidos, o quanto antes, os sintomas e situações ansiogênicas que causam prejuízos no desempenho das atividades diárias. Por isso é essencial a ajuda profissional de alguém tecnicamente habilitado a auxiliar no processo de lapidar o diamante que somos.
Se este texto o ajudou, peço sua licença para lhe fazer um pedido: compartilhe-o, para que chegue ao conhecimento do maior número possível de pessoas, assim estará junto comigo e com a Statto levando a informação comprovada cientificamente sobre a tal ansiedade.
Direitos autorais da imagem de capa: Juan Pablo Serrano Arenas/Pexels.