Busca constante

De um período para cá, estou refletindo muito a respeito do aspecto da constância em minha vida.

Percebo que, muitas vezes, devido a vários fatores atrelados à imaturidade emocional, apegos materiais, egoísmo do meu ego, eu deixo de procurar a minha constância e consequentemente, deixo as minhas relações inconstantes.

Quando falo sobre constância, não me refiro a ser inflexível e imutável em meus pensamentos, ações e sentimentos.

Quando falo de constância, refiro-me a ser uma pessoa que constrói progressivamente meu crescimento pessoal, profissional, intelectual, espiritual… sobre rochas firmes, ou melhor dizendo, sobre aspectos verdadeiros de minha essência.

Com autoconhecimento de minhas vulnerabilidades, eu tento compreender minha forma humana de viver nessa sociedade que exige exacerbadamente de todos, objetividade e decisões precisas.

Ser constante envolveria agradar a mim e as pessoas ao meu redor, afinal, quem não gosta de constância na vida? De precisão e objetividade agregadas ao reconhecimento da subjetividade?!

Um exemplo simples: entre trabalhar em um local em que, cada dia a forma de tratamento de seu colega de trabalho é uma, um dia ele o trata bem; no outro, nem tanto, em outros momentos está extremamente irritado, sem motivo aparente, e trabalhar em um local em que seu colega de trabalho sempre tenta manter a serenidade, que, em momentos de estresse, ele expressa verbalmente o que sente e menciona sobre suas vulnerabilidades. Eu prefiro a segunda opção!

Todas as pessoas do mundo têm seus próprios motivos de estresse, tristeza e raiva, mas a partir do momento em que eu reconheço o que estou sentindo e tomo racionalidade das sensações que esses sentimentos desencadeiam em mim, eu assumo minha vulnerabilidade e tento amenizar a situação.

Não estou dizendo que devo sair proferindo os acontecimentos de minha vida para as pessoas, mas, sim, devo ser humana o suficiente ao ponto de saber que eu tenho que respeitar o que estou sentindo, mas isso não me dá o direito de ferir o outro.

Ao me deparar com situações que percebo que despertarão algum sentimento negativo em mim, eu costumo dizer a mim mesma a frase “vai resolver?”, pois nessa minha procura pela constância, eu tenho percebido que temos que gastar nossas energias em situações e pessoas que merecem a nossa energia. Não posso, por exemplo, gastar energia me estressando por estar presa no trânsito, se não está ao meu alcance mudar a situação material do congestionamento, mas posso gastar energia criando uma motivação para modificar uma situação de iniciar um trabalho da faculdade, visto que depende diretamente das minhas ações para que esse trabalho de fato se concretize.

Nos aspectos das relações pessoais, eu devo, sim, ter esperanças na humanidade das pessoas, e gastar energias na tentativa de ajudá-las, de confiar nelas, porém não posso me martirizar e gastar energias carregando a carga de responsabilidade que é do outro.

Cada pessoa é responsável por suas escolhas e decisões, e não cabe a mim ou a você, por meio de nossas formas de distinguir certo e errado, querer determinar as ações alheias!

Vejo que depois que comecei a me permitir imergir em meus pensamentos e sentimentos, estou evoluindo nas questões de reconhecimento de minhas vulnerabilidades e limitações, nas formas de me relacionar, na maneira como me amo, na maneira de encarar as situações adversas da existência, mas, ainda assim, quero muito conquistar diariamente constância atrelada à paz!

Almejo muito ser, a cada dia, uma pessoa melhor, reconhecendo que não sou nada neste mundo se comparada à imensidão e amplitude do universo, porém, ao mesmo tempo, sou tudo que tenho e tudo que cativo.

Torço para que todos, um dia, cheguem nessa reflexão existencial e tentem ser constantes. Pessoas que saibam definir seus princípios e essência, que construam suas relações alicerçados na empatia e no respeito, que saibam se autorrespeitar, amar e a se priorizar.

E, principalmente, que tenham consciência de que a vida é muito curta para que não aproveitemos o melhor que existe em nós e nas pessoas que amamos!


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Yea Fang Vieira Chang
Estudante de Psicologia, amante da filosofia, sociologia, biologia, física... basicamente tudo que envolva um olhar critico e empático aos Seres vivos existentes. Apaixonada por adrenalina e natureza. Atualmente uma problematizadora das mazelas humanas que está a procura incessante de paz interior, tranquilidade, amor (livre), almas e momentos que emanem luz!

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