Já não evito aquilo que me amedronta, se for importante para mim. Deixei de ter medo de muitos dos meus medos.
Já não perco tempo com quem quer fazer-me perder o meu tempo.
Aprendi a perguntar rapidamente às pessoas aquilo que querem de mim a fim de evitar perder-se muito tempo em jogos e estratégias mentais que me cansam.
Tenho cada vez maior dificuldade em viver no cinzento. Seja branco ou preto, mas gosto de sabê-lo.
A idade trouxe para a minha definição de amizade e companheirismo enormes requisitos de honestidade.
Abomino falsidade, mentiras ou o diz que não disse. Custa-me lidar com críticas destruidoras e orgulhos de meia tigela.
As pessoas gratas tocam-me cada vez mais no coração. Já consigo ver o insucesso como uma forma diferente de sucesso.
Não tenho paciência para pessoas que escolhem palavras para falar ou escrever com enfatuação e usam termos demasiado técnicos, emproados ou espirituais para definir emoções e sentimentos.
Gosto cada vez mais de gente sensível, desde que não o sejam em demasia, porque tal atitude roça inevitavelmente a vitimização.
Vibro com pessoas que acreditam nelas próprias e nas suas capacidades. Aborreço-me na companhia de pessoas que só dão importância aos outros pelo seu nome, cargo ou condição financeira.
E rio cada dia com mais vontade desta minha disposição para ser um louco, porque só quando me rio é que identifico o lado mais sadio de toda a minha loucura e consigo compreender que é apenas desta maneira que vou chegar a ver aquilo que ainda poucos querem ver, mesmo que isso me cegue ou torne num rebelde para toda a vida.