Ou a gente encara e enfrenta, ou vai protelando. Vai se adiando e jogando tudo para debaixo do tapete. Vai acumulando tudo até virar um acumulador compulsivo de emoções.

Aí a gente enche a casa, espalha tudo, anda por cima, procura o que não acha, vive em meio à sujeira que poderia ser limpa e dá um milhão de desculpas dizendo que mesmo assim está tudo bem.

Aí a gente percebe que precisa de ajuda, precisa dar um jeito antes que a vida adoeça, antes que nossa casa desmorone e seja infestada por roedores internos.

Ou a gente enfrenta e dá a cara para bater, ou disfarça até não poder mais.

Até o momento em que nos damos conta de que não temos mais nada a não ser um monte de sentimentos amontoados e um coração sem perspectiva de vida.

É preciso cuidar da limpeza da alma, afastar os fantasmas que assombram e partir para a briga, defendendo-se de qualquer mal que assola o espírito.

Onde existir fé e esperança, onde existir gente disposta a nos segurar e amenizar nossas dores, haverá sempre saída.

Ou a gente empurra com a barriga ou surta, sem saber para onde ir. Não sei o que é pior.

É preciso fazer por nós o que ninguém consegue. Só nós mesmos temos que buscar condições de tentar, mesmo que tudo venha à tona e extravase nosso ser.

Precisamos nos ouvir, precisamos parar de nos agredir. Quando a doença da alma assola, levantar-se fica cada dia mais difícil.

Buscar no impulso do coração a sensação de que ainda dá para voar e ir mais além, pode nos confortar, pode nos levar a lugares antes nunca sentidos e vividos.

Agora, carregando coisas desnecessárias, carregando mágoa e excesso de amargura, só nos impedirá de alçarmos nossos voos, completamente desapegados e livres.

É preciso coragem para muitas coisas. É preciso distanciar-se de todas as ausências que não preenchem. É preciso captar a própria energia salutar e agradecer à vida.

Desacumular, elevar, progredir. É preciso manter a alma mais serena e a casa interna mais limpa.

Só assim o caminho se abre. Só assim a gente aprende a ser mais feliz.

Sil Guidorizzi

 

___________

Direitos autorais da imagem de capa: gromovataya / 123RF Imagens

O que você achou do texto?

Muito legal
0
Gostei
0
Amei
0
Não sei
0
Bobagem
0
Sil Guidorizzi
Sou Paulista, descendente de Italianos. Libriana. Escritora. Cantora. Debruço-me sobre as palavras. Elas causam um efeito devastador em mim. Trazem-me â tona. Fazem-me enxergar a vida por outro prisma. Meu primeiro Livro foi lançado em Fevereiro de 2016. Amor Essência e Seus Encontros pela Editora Penalux. O prefácio foi escrito pelo Poeta e Jornalista Fernando Coelho. A orelha escrita pelo Poeta e jornalista Ivan de Almeida. O básico do viver está no simples que habita em mim.

Os comentários estão fechados.