Quero começar esse texto, fazendo um questionamento:

O que você é? Uma lagarta ou uma borboleta? Alguém que traz repulsa ou simpatia? Alguém que destrói ou alguém que edifica?

Existem pessoas que têm o “estranho dom” de afastar outras pessoas. É como se fosse um ímã partido quando tentamos juntar os polos, os pedaços na mesma peça. Elas estão sempre carregando em si algo negativo e fúnebre.  Entretanto, existem pessoas tão amáveis que, ainda que não digam uma única palavra, conseguem cativar outras pessoas, apenas com a sua atitude e seu sorriso. Essas pessoas têm sempre o dom de levar alegria por onde passam.

Eu me atrevo a citar o exemplo das lagartas e das borboletas devido ao seu aparente antagonismo. Enquanto as lagartas destroem as plantas, aquelas mais viçosas e queridas, as borboletas, com suas belezas admiráveis, transmitem vida ao colaborar com a polinização.

As borboletas são importantes agentes polinizadores, entretanto, não é isso o que nelas nos chama atenção, e sim o seu colorido diversificado, que serve como um documento de identidade.

É interessante observar que apenas os pesquisadores querem ter contato com lagartas, considerando o fato de algumas serem tóxicas. Por outro lado, qualquer pessoa, quando não se interessa em tocar, quer ao menos admirar a beleza da borboleta, com curiosidade. E tudo isso devido a uma metamorfose e que acontece com a maioria dos insetos.

Bem, creio que algumas pessoas deveriam passar por esse processo de metamorfose, mas teria que ser uma transformação completa, por dentro e por fora.

Sim, porque um estudo realizado numa universidade chinesa mostrou que as pessoas simpáticas são mais bonitas. O que quer dizer que, pode-se economizar com produtos de beleza, apenas exercendo a simpática. Eis aí um dos grandes segredos de algumas pessoas que conhecemos e que fazem parte do nosso dia a dia. Isso é uma realidade. Assim, também como é muito comum, encontrarmos pessoas – especialmente aquelas que não se enturmam – que vivem como se fossem lagartas. Isso as torna feias, desinteressantes e até são tratadas com indiferença.

Quando essas pessoas aparecem, muitos sentem vontade de sair do recinto. No entanto, se é uma pessoa que se parece com uma borboleta que aparece, as pessoas se sentem até mesmo encantadas e, muitas vezes, a alegria contagia o recinto.

Então, para muitos, esses pequenos seres nojentos e repugnantes, ou atrativos e simpáticos, são a representação daquilo que existe no interior das pessoas com as quais convivemos. Trazendo influência positiva ou negativa ao local onde estão. Trazendo cheiro de vida ou não, dependendo do modo de ser e agir de cada uma delas, individualmente.

O mais importante é nos lembrarmos, no entanto, que muitas pessoas se esquecem de que lagartas e borboletas são o mesmo ser. Elas se diferem apenas por um ciclo da vida, uma transformação.

E que para acontecer a metamorfose, a lagarta tem que se trancar num casulo. Então, devemos parar de hostilizar as pessoas enquanto estão trancadas nos seu mundo, pode ser que depois de receberem ajuda, elas possam s transformar em  lindas borboletas.

Há, então, um desafio sob nova perspectiva. A folha que alimenta a lagarta, o casulo que a esconde para a transformação e a flor que mostra a beleza em sua simplicidade para receber o pouso da borboleta.

Então decida: lagarta ou borboleta?

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Direitos autorais da imagem de capa: yellowj / 123RF Imagens

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Jorge Amaral
Jorge Amaral, brasileiro, natural de Ataléia/MG. Comerciante e escritor semi-profissional. Escrevo porque considero a minha vida como uma eterna poesia, porque me perco na escrita e me encontro na leitura. Livro publicado - PALAVRA É ARTE - Coletânea com outros autores.

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