Neste final de semana, fui visitar uma professora querida que está doente. Como tenho muito apreço por ela, aceitei o convite de sua filha para almoçar com a família.
Quando cheguei em sua casa, observei o olhar de minha professora e de sua filha, com quem eu tinha estudado durante dois anos na universidade. Abracei-a e perguntei se estava tudo bem com a saúde de sua mãe.
Respondeu-me: Minha mãe está bem e melhorando gradativamente! Eu é que estou assustada com suas reclamações, lamentações e implicância comigo!
Continuou: Minha mãe mesmo doente não mudou em nada! Eu moro super longe daqui e venho somente para vê-la, mas ela não dá valor nenhum a isso! Qualquer coisa que peço para ela é uma reclamação sem fim, e as reclamações nada têm a ver com sua doença! Parece mais um hábito para valorizar as coisas que faz!
Eu, não resistindo à pergunta que ecoava em minha cabeça, indaguei:
– Isso tem a ver com o comportamento da sua mãe ou com o seu?
Ela arregalou os olhos, expressando surpresa e perguntou-me: – como assim? – Você sabe que minha mãe está doente!
– Eu sei, mas qual é a relação entre sua mãe estar doente, o comportamento dela e o seu?
– Ué… eu queria que ela mudasse, já que ela está doente. Só isso.
Ouvindo a resposta, perguntei: – E você está disposta a mudar?
A resposta dela foi veemente: – Eu não preciso mudar, afinal eu sou filha! Estou cansada de ser a boazinha e fazer o papel de mãe!
Ouvindo a resposta, fiquei pensando quantas coisas tinham nessa fala que mereciam reflexão, tais como:
– Será que o comportamento dela tinha alguma semelhança com o da mãe?
– Como assim, ela estar fazendo o papel de mãe?
– O que ela estava ganhando e perdendo em ser sempre boazinha?
– Ela queria que a mãe mudasse, e ela mesma?
Nesse momento minha professora aproximou-se, serviu um saboroso café, conversamos bastante e relembramos os velhos tempos de escola.
Na hora de despedir-me, a filha incomodada com as perguntas que eu havia feito, pediu-me para continuarmos a conversa em outro momento.
Eu certamente concordei, aproveitando para explicar a ela o quanto uma conversa qualificada, via processo de coaching, poderia ajudá-la em novas descobertas, consciência, escolhas, bem como a encontrar suas próprias respostas, possibilitando construir novos objetivos e alcançar melhores resultados em situações/relações pessoais e profissionais.
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