O amor é amar! Ponto final. Não há o que ser explicado.
Descobriu-se a cor mais escura que existe, Vantablack. Na realidade essa tonalidade, se é que posso chamar assim, é a ausência total de cor. Fala-se que é o mesmo que olhar em um buraco negro.
Engraçado como a ausência de cor, ainda é cor!
Talvez não saibamos denominar corretamente a completa falta de tonalidade, do mesmo modo que teimamos chamar o amor de sentimento.
Seria o amor algo tão sublime e profundo que o Universo, em sua divina criatividade, criou os buracos negros como metáforas para que o nosso entender a respeito desse “afeto” fosse mais fácil de ser compreendido?
Buracos Negros infinitamente poderosos que nem mesmo a luz escapa, fazem-me refletir com indagações difíceis de serem respondidas.
Por exemplo, como algo abstrato pode ser capturado?
Se bem que o ar pode. Mas a luz e o tempo são variantes impossíveis de serem captadas, a não ser pelos buracos negros.
O amor é emoção! Um sentimento de afeição.
Definições populares como as citadas acima o rotulam num leque de variadas sensações como aqueles catálogos de pantone, onde podemos escolher o degradê de cada cor.
Imagine se amar fosse como os códigos de pantone. Hoje amarei mais para o azul, porque assim como o céu, eu me sinto pronta para “voar” por onde o amor me levar.
Como tudo seria mais fácil, não!?
Metáforas, metáforas e mais metáforas transformam um artigo sobre amor numa parafernália repleta de figuras de linguagens com uma infinidade de comparações.
O amor é amar! Ponto final. Não há o que ser explicado. Mas, se amor, como disse no início do texto, não é sentimento, então não pode ser sentido?!
Dúvidas, perguntas que se acumulam ao meu pensar fazem com que não chegue a nenhuma conclusão plausível.
Eu te amo! Explique-me essa exclamação?
Gosto muito de você!
Não!
Resposta errada!
Eu gosto de rabanadas besuntadas de canela. Isso é gostar.
Amar é ser uma ilha rodeada de água! É perceber que para ser uma ilha você precisa estar rodeada de água, então a água, metaforicamente, seria o amor?
Sim!
Amar é estar imerso (a) nessa “realidade” paradisíaca! Vou mais longe, desculpem-me, mas quando reflito demais, sou como a maré cheia, transbordo palavras.
Então, voltando ao xis da questão: se eu te amo, estou “imersa” em você.
Ficou estranho!
Mas acredito que amar é “submergir” nas profundezas do outro. Estar apto (a) a “navegar” em “alto mar”, faça sol ou tempestades.
É não temer as “ondas” gigantes que possam surgir.
É ter coragem de “mergulhar” sem medo de se afogar.
Amar é possuir uma coleção de metáforas, sabendo que cada uma delas apresenta ao mundo uma versão melhor de você mesmo.
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