As palavras nos dizem o tanto que somos queridos. Ah, mas as atitudes é que nos comprovam o quanto somos amados.
Minha mãe foi o amor mais puro e límpido que eu tive até hoje, porque a reciprocidade era constante, diária, minuto a minuto. Meu filho às vezes me odeia, mesmo que da boca para fora, ao passo que minha mãe só me amou. Ela não costumava verbalizar as palavras “eu te amo”, mas eu senti seu amor por todo o tempo em que estivemos juntos, nos pratos que ela preparava, nas músicas que ela me ouvia tocar ao piano, na sua presença em minhas audições, em minhas formaturas, na sua companhia assistindo a filmes de época.Meu pai sempre foi mais sério, pouco afeito a aproximações físicas. Ele também não falava “eu te amo”, mas hoje sei que me amou, quando insistia que eu escrevesse em revistas e jornais, quando me telefonava após uma derrota do Corinthians, através dos limites que me dava, dos horários que me fazia cumprir, daquele olhar de autoridade e força, daquelas suas mãos sob minha testa nas madrugadas febris de minha infância.Tenho amigos que raramente encontro, porém, sempre me mandam mensagens virtuais, perguntam como estou, comentam acontecimentos, felicitando-me em meu aniversário, no dia dos pais, no Natal e no Ano Novo. Meu melhor amigo da infância e eu, inclusive, embora não consigamos nos ver no dia a dia, sempre telefonamos um ao outro no dia de nossos aniversários. É assim que nossa ligação não morre.
Amo cães, desde criança, e me tornei apaixonado por gatos há uns dois anos, desde que caiu uma gatinha fofa no meu quintal, a qual me conquistou e me ensinou a amar sem dominar.
Porque o “eu te amo” mais sincero que existe é dito com atitudes. Simples assim.
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