Nós nos acostumamos a viver com o piloto automático ligado, mas parece que ele deixou de funcionar.
No atual cenário que estamos vivendo, muitos casais estão se dando conta de que precisam se (re)conhecer e que, embora não devesse ser assim, às vezes, dividimos a casa com alguém, mas não dividimos a vida e não temos intimidade com quem dorme ao nosso lado.
Eu sempre digo que é fácil amar a ideia que fazemos de alguém. É fácil ser feliz esperando o fim de semana para curtir com os amigos, viajar e se distrair. É fácil conviver quando mal se convive, quando se passa mais tempo longe do que junto. Difícil mesmo é aguentar o outro quando nem ele mesmo se aguenta, quando os escapes se acabam, a festa acaba e as luzes se acendem.
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Amor requer intimidade, nudez total, entrega e empatia para receber o outro com seus medos e problemas. Qualquer outra coisa sem esses componentes não há de ser amor, e sim ilusão, mera distração para uma vida vazia.
Agora me responda, querido leitor: o que acontece com um típico casal do século XXI, quando é confinado em casa, em uma situação totalmente fora de controle, onde todo mundo está sentindo algum tipo de medo e angústia e onde todas as emoções estão exacerbadas?
5 perguntas
Às vezes, dá vontade mesmo de sair correndo, eu sei, mas antes de fazer isso, faça-se as seguintes perguntas e anote a resposta em um caderno :
- Eu conheço meu parceiro (e eu quero conhecê-lo)?
- Ele sabe quem eu sou hoje?
- Estamos caminhando na mesma direção?
- Estou só estressada ou estou mesmo pronta para deixá-lo ir?
- E a pergunta mais importante de todas: isso vale a briga?
Pergunte-se isso antes de surtar com a bagunça da casa e com a falta de proatividade do parceiro.
Uma coisa é querer férias, um tempo só para si, estar estressada com o lixo que não é colocado para fora, com a louça que não está se lavando sozinha. Outra coisa é admitir para si que o amor acabou e que é hora de seguirem caminhos diferentes.
Estamos enfrentando uma fase em que ninguém está com 100% de discernimento e clareza para tomar grandes e definitivas soluções. Acredito que o momento seja perfeito para nos promovermos uma viagem interior rumo ao autoconhecimento. O momento é para analisarmos e nos darmos trégua. E, por que não, aproveitarmos para conhecer de novo o cara (ou a mina) por quem nos apaixonamos? Saber quais estão sendo seus medos e seus planos daqui para a frente.
5 atitudes
Que tal aproveitarmos esse tempo para resgatarmos a alegria de estarmos um na companhia do outro? Experimente uma (ou todas!) dessas cinco atitudes hoje:
- Organizar um “jantar da paz”, testando uma receita nova. Os dois podem cozinhar juntos e podem combinar de não falar sobre questões financeiras, por exemplo.
- Aprender uma massagem tântrica e ensinar ao love (vários canais no Youtube ensinam!)
- Um quiz divertido e sincero, com perguntas sobre o relacionamento (não vale brigar por causa das respostas do outro!)
- Um campeonato de videogame.
- Uma rotina de exercícios em que um ajuda o outro.
O cérebro precisa sair do “modo emergência” para que a bioquímica negativa do estresse pare de circular e dê espaço para a ocitocina e serotonina, e atividades em conjunto. Além de serem divertidas, promovem alta liberação desses hormônios e nos ajudam a recuperar a intimidade.
Uma coisa é certa: precisamos estar bem conosco mesmos para podermos estar bem com qualquer outra pessoa.
E lembre-se: isso também está acontecendo com o seu parceiro.
Então, tirar o foco do outro e voltar para si, para o que você pode fazer para melhorar a sua qualidade de vida e assim ter mais paciência e empatia com o outro também costuma ser uma boa estratégia para superar uma crise conjugal.