A Dor Intoxicante…

Uma espécie de epidemia que se propagou na nossa cultura é a poetização da dor, do sofrimento, do vitimismo. Está por todo o lado: nos telejornais que dão várias vezes por dia, nos anúncios que usufruem de sentimentalismo barato para vender bens de consumo, nas músicas, nos filmes, nos livros.

Parece tratar-se de uma lavagem cerebral para a tristeza.

Porque é que o pensamento positivo não vende? Porque a cultura do medo está bem enraizada no sistema. A energia positiva tem o triplo da força da energia negativa, e um estado de espírito otimista é o que nos faz sentir satisfeitos mesmo tendo poucas posses materiais – porque não é isso que importa.

Um espírito feliz é um que nos faz dizer “deixa lá” para os problemas, em vez de tentar resolvê-los e controlá-los.

Todos os meios de comunicação que nos tentam captar a atenção com histórias tristes têm uma coisa em comum: o que quer que esteja a correr mal é errado e tem de ser resolvido urgentemente. A nossa pena é necessária, a nossa atenção deve ser total ao que está a acontecer de errado para que possamos ajudar – supostamente.

Mas de que serve acharmos constantemente que precisamos deste ou daquele produto para resolver determinado problema, se a causa de todos os problemas é meramente emocional, e não pode ser preenchida com qualquer coisa externa?

Não estou a dizer que não devemos saber dos crimes que acontecem no Mundo, das vítimas de assaltos, assassinados, violações. Esses problemas existem e sabermos como acontecem informa-nos de como agir para ajudar.

O problema é a overdose de informações sobre problemas, escândalos e tragédias. Até parece que apenas acontecem situações negativas no Mundo, e que só há a pessoas más e as vítimas! E então as pessoas que começaram do zero e conseguiram encontrar uma ideia revolucionária para melhorar a qualidade de vida de uma comunidade inteira? E os milagres que aconteceram em determinada situação mesmo quando tudo parecia que ia acabar em tragédia?

Quem comanda os media comanda a mente, e sermos constantemente bombardeados com informações e pontos de vista negativos condiciona-nos os pensamentos, tornando-nos maioritariamente pessimistas, insatisfeitos e amargos.

Aqui em Portugal, ouvimos as pessoas e tudo o que falam é do que corre mal: porque o governo só rouba, o clube de futebol perdeu, não há dinheiro, etc.

Estes temas mesquinhos e pessimistas distraem-nos do que realmente importa, e impedem-nos de ver a beleza da vida, dos momentos simples. As pessoas pessimistas estão demasiado revoltadas com os males do Mundo para apreciar um pôr do sol, ou um cão a brincar, ou uma comida deliciosa. Pensam algo do género: “mas de que serve perder tempo com essas coisas se há tanta coisa a correr mal?”

Ou as mulheres por exemplo, tanto se vitimizam porque aquele relacionamento correu mal, que não conseguem nem pensar na possibilidade de existirem vários homens maravilhosos disponíveis, e nem lhes dão uma chance, porque estão demasiado ocupadas a perpetuar a sua tristeza.

A questão é que, não há nada a fazer quando algo corre mal. Pensar sobre o problema apenas vai perpetuá-lo. Se nos sintonizarmos demasiado na frequência da dor, do sofrimento, do vitimismo, da raiva, da revolta… Vai-se tornar uma coisa normal. Ficaremos quase anestesiados da alegria, das emoções mais positivas, porque não parecem ser algo realista e estão demasiado longe de onde nos encontramos emocionalmente.

Mas todos os problemas têm uma causa emocional, tudo vem de nós, e não dos outros.

Por vezes a dor parece ser intoxicante, viciante. É interessante divagar sobre um tema que nos preocupa, porque muitas vezes chegamos a uma conclusão racional sobre ele e pensamos ter encontrado a resposta para resolvê-lo. Mas todos os problemas têm uma causa emocional, tudo vem de nós, e não dos outros.

A televisão e os outros meios de comunicação fizeram-nos pensar que a vibração negativa é a que domina o nosso Mundo, e para sermos cidadãos e pessoas corretas devemos constantemente estar alerta do que pode acontecer de mal e, quando acontecer, não descansar até consertar.

Mas não há nada a consertar. Tudo o que acontece de negativo dá-nos clareza sobre o que queremos em vez daquilo, e dá-nos um abanão para a nossa capacidade de melhorar as coisas. Mas apenas nos sintonizamos na solução através de emoções mais elevadas, uma mente mais aberta, uma perspectiva mais alargada.

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Claudia Rocha
Autora do blog Vibe High: reflexões, dicas e processos para utilizar a Lei da Atração com sucesso na sua vida.

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