A vida nem sempre nos coloca em lugares de amor e felicidade. Muitas vezes somos compelidos a estar num lugar onde provavelmente sairemos machucados e onde acabaremos por experimentar a dor.
Ser uma das pontas de um triângulo amoroso é estar muito perto de passar por vivências dolorosas, que poderiam ter sido evitadas.
Algumas pessoas, quase sempre as mais narcísicas e egóicas, não querem abrir mão de nenhuma das pessoas com a quais se envolvem, ainda que haja graus diferentes de amor, envolvimento e segurança na relação. Eis que o triângulo se instala e todo um jogo de manipulação e poder se desenvolve.
O objeto da disputa, parte central do triângulo, quase sempre será manipulador e não terá vontade de renunciar a nenhuma das pessoas que disputam seu afeto e que quase sempre se desdobram para ganhar esse troféu, que nada mais é que um ego inseguro e infantil.
Algumas pessoas ficam amigas de ex-amores, colocando essa pessoa em “stand by”, querem manter o controle sobre a pessoas que ama, muitas vezes usando o artifício do jogo da insegurança. Além disso, temem tanto o abandono e a rejeição, que precisam sempre ter uma opção que ocupe um possível espaço vazio, que eles têm certeza que existirá, mais dia menos dia.
A baixa autoestima dentro de uma relação grandiosa de amor com pessoas que quase sempre são iluminadas, talentosas e alegres, faz com que algumas pessoas se sintam tão inseguras, que usam o triângulo como estratégia de manipulação e domínio.
Ao deixar o parceiro completamente enlouquecido, inseguro e despido de qualquer autoconfiança, o jogo vira em favor daquele que sente pouco merecedor do afeto e da grandiosidade da pessoa que, muitas vezes, Deus coloca em suas vidas.
Quem não coloca limites, manipula pessoas como quem faz malabarismos girando os pratinhos no circo, tem grandes chances de ser o mais machucado disso tudo. Não escolhe, não renuncia, não é inteiro, não é completo, não sabe se ama ou se gosta e muitas vezes, pelo capricho de não saber perder algo, querer o tudo, pode acabar por ficar com a sobra, ou alguém que mantinha ali, apenas pelo jogo perverso de controlar a quem amava de verdade.
Sim, triângulos amorosos machucam como lanças, mas sobretudo podem ser cravados no peito de quem traçou a primeira linha geométrica.
Quem se salvou, foi que saiu pela tangente, mesmo na dor, teve a coragem de buscar alguém inteiro, verdadeiro e que saiba renunciar qualquer coisa para viver uma relação a dois.
Afinal, como já diziam: um é pouco, dois é bom, três é DEMAIS!
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