Doeu, não é? Doeu o corpo, a mente, o coração, os ossos… doeu a alma. Foi difícil dizer adeus e ver a pessoa que você tanto dedicou tempo e laços de afeto indo embora sem olhar para trás.

Doeu quando a guerrinha “ex contra ex” começou e você viu fotos dele nas redes sociais curtindo a vida ou dela do outro lado do mundo mostrando uma felicidade instantânea como se nada tivesse acontecido.

Doeu quando chegou aos seus ouvidos que ele já estava com outra pessoa. Que ela tinha arrumado um novo namorado e que ele era idêntico a você nos gostos, apelidos, trejeitos e maneiras. Doeu ver as declarações de amor nas redes sociais.

Essas coisas dão um nó na cabeça da gente, não dão? Parece que tudo fica em slow motion e os minutos se tornam horas, que se tornam dias e quando você se dá conta já está no meio do ano sem saber para que lado ir. Se vai ou se fica.

A verdade é que nada na vida acontece por acaso. Tem muito mais coisa oculta por trás da centelha divina que nos move que ainda não sabemos. Tem gente que chama isso de destino, propósito de Deus, portas do universo ou qualquer coisa que você queira chamar. Mas que existe alguma razão para as coisas acontecerem como, de fato, acontecem, existe.

O fim era inevitável. Esse é o ciclo da vida. Assim como tudo começa, um dia termina.

A diferença é que alguns conseguem levar as coisas até o fim de tudo nessa reencarnação: a morte. Mas, mesmo assim, existe um fim.

Às vezes, não conseguimos lidar com o término que vem de maneira inesperada. Mas, se ele veio, é porque algum motivo tem. E pode ter certeza que esse motivo é para o seu próprio benefício.

Para poder recomeçar, é preciso passar pelo fim. Se você quer um novo emprego, sair do atual é necessário. Se quer uma casa nova, vender a antiga é preciso. Se a vida está lhe dando a oportunidade de ter um novo amor, mais verdadeiro e intenso que o de hoje, é preciso quebrar o laço de união atual que já não serve e não estava mais lá essas coisas.

A roda gigante da vida sempre desce. Mas, também, sempre sobe. É um ritual cíclico.

Eu sei que doeu. E vai continuar doendo por mais um pouco. Talvez, você ainda terá de passar um tempo sozinho para poder ver o quão belo e maravilhoso você pode ser consigo mesmo (a) e aprender que o valor próprio é o que mais cabe no seu coração. Essas oportunidades de reconstrução pessoal que a vida nos dá, nos fazem aprender que não é qualquer pessoa que chega dizendo “eu te amo” que vai nos ganhar por inteiros, com corpo, alma e coração.

Vai doer um pouquinho ainda. Ou, talvez, você que chegou nesse texto já esteja no fim do seu luto, terminando de curar sua alma machucada e aprendendo a se amar como a ninguém mais.

Essa cura é o que vai lhe trazer um novo recomeço. A dor que você passou doeu como um ferro quente marcando sua pele. Mas já foi, está no passado. E o passado é passado. Não há mais o que fazer.

Fins são inevitáveis. Mas é graças a eles que você pode, hoje, recomeçar do zero, tomar as rédeas da sua vida e ter pleno controle do que quer. Não é mais você que ficará em dúvida, agora, se vai ou fica. Na verdade, você decidirá quem vai e quem fica. A lei muda.

Recomeçar é uma delícia. Novos amigos, novos amores, novos lugares, novos sabores. Acordar de manhã e se sentir vivo, ter ímpeto e vontade de ir atrás dos seus novos sonhos, olhar para trás e ter a certeza que para poder ser hoje quem você é, o fim foi dolorido, mas preciso.

Olhar para dentro de si mesmo e sentir a chama da vida queimando e lhe dizendo: vai, garota (o), arrasa! Tudo isso não tem preço. Doeu o que tinha que doer e agora você é mais você!

_________

Direitos autorais da imagem de capa: Rodolfo Sanches Carvalho on Unsplash

O que você achou do texto?

Muito legal
0
Gostei
0
Amei
0
Não sei
0
Bobagem
0
Guilherme Granziol
Com formação em turismo, estudante de terapias holísticas, gamer, fã das obras do Tolkien, escritor por paixão e amante da vida, gosto de sempre ajudar as pessoas com pensamentos positivos e amor ao próximo. Sagitariano nato que adora se aventurar pelas viagens loucas da vida.

Os comentários estão fechados.