Cada vez mais se ouve falar nos conceitos psicológicos ansiedade e angústia, e muitas pessoas acreditam que os dois termos representam a mesma coisa, por isso os usam como sinônimos.
No entanto, diferenças entre ansiedade e angústia que podem nos ajudar a lidar de forma mais positiva com nossos estados emocionais e encontrar soluções mais efetivas.
O que é ansiedade?
A ansiedade é um comportamento de antecipação a alguma situação futura imprevisível. As pessoas sentem ansiedade como um sentimento desagradável de desconforto, apreensão e até mesmo medo de caráter difuso de algo que acreditam que pode acontecer.
O que diferencia o medo da ansiedade é que o primeiro é algo que sentimos em reação a uma situação mais concreta, e o segundo é geralmente uma resposta à antecipação do perigo. Por conta dessa diferença, muitas vezes, é mais fácil definir a causa de um medo do que da ansiedade.
As pessoas que sofrem de ansiedade frequentemente convivem com a sensação de que algo ruim está prestes a acontecer, mas não conseguem identificar exatamente o que é. Esse comportamento pode ser desencadeado por vários fatores, como: excesso de informação, incerteza de alguma informação ou decisão, sensação de impotência ou dificuldade de lidar com algum trauma.
Essa existência baseada em expectativas e medos não é saudável e traz muitas consequências negativas como transtornos de ansiedade, desde a ansiedade generalizada até diferentes tipos de fobias.
O que é angústia?
A angústia é sentimento de desconforto emocional muito intenso, que pode surgir de um estado de inquietação, ou de uma profunda sensação de desamparo frente a um perigo que parece iminente, mas que na realidade é vago e difuso. A angústia se manifesta muito em situações de pânico e desespero, quando a pessoa percebe que não tem mais a autonomia de agir livremente e não possui controle sobre o que acontece ao seu redor.
A angústia costuma ser experimentada como um sofrimento físico generalizado. Nos casos em que existem sintomas fisiológicos, como suor, falta de ar, aceleração da frequência cardíaca, tensão muscular e tremores, o corpo geralmente reage com uma atitude de paralisia, mas a pessoa ainda percebe a situação com clareza. Em algumas situações, a angústia é interpretada como um instinto de proteção ao perigo.
A angústia pode ser adaptativa ou não, dependendo da intensidade com que acontece e da forma como a pessoa lida com ela. Os momentos de angústia normal não são graves, porém a angústia patológica é uma reação desproporcional a uma situação que pode ter como resultado crises de ansiedade ou ataques de pânico. Na Psicologia Clínica, a angústia é entendida como um subtipo de transtornos de ansiedade ou como um sintoma destes.
As diferenças entre ansiedade e angústia
- A angústia costuma causar um efeito eminentemente paralisante, e a ansiedade impele a pessoa de buscar soluções para a sua situação. A pessoa que sofre de angústia pode ficar totalmente paralisada, não sendo capaz de fazer uma coisa de cada vez. Já a pessoa que sofre de ansiedade sente uma motivação interna para se envolver em diferentes tarefas que permitam a canalização de suas energias em atividades mais positivas e produtivas.
- Na angústia predominam os sintomas físicos, que são sentidos com muita intensidade. Já na ansiedade, predominam os sintomas psicológicos, como a preocupação com o futuro, apreensão e medo.
- A angústia tende a nublar a percepção da realidade da pessoa, em uma tentativa de protegê-la de uma situação perigosa demais para ela lidar. A ansiedade, pelo contrário, tende a aguçar os sentidos para que a pessoa perceba de forma mais clara os fenômenos ao seu redor.
Esperamos que este artigo tenha sido esclarecedor e possa ajudá-lo(a) na busca por uma vida mais saudável e positiva.
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