O ator Elliot Page usou as redes sociais para anunciar que era um homem trans e como os amigos deveriam se referir a ele a partir daquele dia.

A identidade de gênero faz referência a como as pessoas se sentem em relação ao gênero atribuído ao nascer. Segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que de 0,1% a 2% da população sinta incongruência com o gênero que possuem.

As pessoas podem ser divididas em cisgênero (identificam-se com o gênero que receberam) e transgênero (não se identificam e passam a transitar entre os gêneros existentes). Como a sexualidade e a identidade ainda são algo a ser desvendado, tanto pela comunidade acadêmica quanto pelas pessoas, é correto dizer que faltam nomenclaturas para identificar as múltiplas existências.

Quando o indivíduo consegue perceber uma incongruência com o gênero atribuído ao nascer, começa então um longo processo que todos chamam de transição. Esse é o momento que a maioria busca se adequar às características físicas do gênero com o qual se identificam, para isso é possível aderir à hormonioterapia ou a cirurgias de readequação.

O preconceito e a transfobia são recorrentes na vida de quem se percebe dentro de uma caixa que não condiz com aquilo que é, além da dor emocional de querer fazer parte da sociedade, mas sentir constantemente que não existe um espaço que lhe faça sentido. Assumir que existe uma incongruência com sua identidade de gênero não é algo simples, e as pessoas podem se sentir impelidas a não falar sobre o assunto

É importante frisar que ninguém é obrigado a falar o nome anterior à transição, não é obrigado a ter um corpo masculino ou feminino, a fazer cirurgias e muito menos mostrar fotos de antes e depois. É preciso respeitar o tempo de cada um, além da individualidade, já que as pessoas trans apenas querem se sentir pertencentes aos mesmos espaços que as cisgênero.

O ator Elliot Page, de 35 anos, por ser uma figura pública, passou pelo entendimento como indivíduo e o reconhecimento de incongruência de gênero quase sob os olhos do público. A presença de figuras que sirvam como referência e até como parte importante no processo de luta contra o preconceito é algo necessário, por isso trazemos algumas fotos, em sua maioria de filmes e aparições públicas oficiais de Elliot, para mostrar esse longo período de transição. Confira abaixo:

1. “Pit Pony” (1997)

Direitos autorais: Reprodução/ Cochran Entertainment Inc.

Com apenas 10 anos, Elliot Page estreou na televisão fazendo Maggie MacLean, selecionado pela CBC. O filme fez sucesso e logo Pit Pony se transformou numa série de TV, dando a Elliot o papel principal. Em 2000, ele foi indicado ao “Young Artist Awards” e ao “Gemini Awards”, mostrando que o ator estava destinado ao sucesso.

2. “Menina Má.com” (2005)

Direitos autorais: Reprodução/ Lions Gate Entertainment

Interpretando Hayley Stark, um personagem de apenas 14 anos, Elliot chamou a atenção novamente pela atuação. O longa-metragem conta a história de Jeff, um fotógrafo de 32 anos que conversa com a adolescente durante semanas, até marcarem um encontro. As intenções do antagonista e a forma como Hayley conduz a situação mostram uma excelente produção de suspense, fazendo com que Elliot fosse convidado para integrar o time de mutantes em “X-Men: o confronto final”.

3. “X-Men: o confronto final” (2006)

Direitos autorais: Reprodução/ 20th Century Fox e Marvel

Desta vez como Kitty Pride, ou Lince Negra, Elliot dá vida à mutante capaz de atravessar a matéria sólida, passando entre os átomos do objeto pelo qual quer se mover. Assim, de acordo com os criadores do personagem, acabam se fundindo momentaneamente sem se misturar, processo chamado de “faseamento”. Esse papel ainda garantiu ao ator retornar à franquia em 2014, no “X-Men: dias de um futuro esquecido”.

4. “Juno” (2007)

Direitos autorais: Reprodução/ Mandatte Pictures

Em 2007, Elliot interpreta Juno, uma garota que engravida do melhor amigo aos 16 anos, e com a ajuda de amigos e da própria família, arruma uma doce família para a qual doar a criança. O longa-metragem garantiu uma indicação ao “Oscar” em 2008, além de colocar o ator oficialmente na rota dos famosos de Hollywood, passando a ser visto com frequência em grandes eventos e sendo chamado para grandes produções.

5. “A origem” (2010)

Direitos autorais: Reprodução/ Warner Bros. Pictures

Em 2010, Elliot Page foi chamado para interpretar Ariadne, ao lado de Leonardo DiCaprio, Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt e Marion Cotillard, entre outros, no longa-metragem “A origem”, dirigido por Christopher Nolan. Seu personagem é uma estudante de arquitetura convidada para construir os cenários dos sonhos em que a equipe vai entrar.

6. “Tallulah” (2016)

Direitos autorais: Reprodução/ Route One Entertainment

Entre as várias produções das quais fez parte, Elliot ainda estrelou como Tallulah, uma jovem que sequestra o bebê de uma mãe negligente e passa dias fingindo que se trata de seu filho e do ex-namorado Nico, que a tinha abandonado pouco tempo antes. Disponível na Netflix, o filme estreou no “Festival de Sundance” de 2016, com boa avaliação da crítica.

7. Aparições públicas

Licenciada para o site O Segredo: Depositphoto

Elliot Page passou por intensas mudanças no visual e até na sexualidade, relatando tudo sobre o assunto nas entrevistas posteriores. Suas primeiras aparições públicas no tapete vermelho mostravam uma pessoa em busca de se encaixar socialmente naquele meio e, em 2010, chegou a ter um colapso em algumas aparições divulgando o longa-metragem “A origem”. Depois, adotou um estilo que condizia mais com sua personalidade, normalmente de terno e gravata e, em 2014, passou a frequentar os eventos acompanhado de sua namorada. Em 2018, casou-se com a bailarina Emma Portner, com quem permaneceu até 2021

8. Redes sociais

Direitos autorais: Reprodução Instagram/ @elliotpage

Em dezembro de 2020, Elliot usou as redes sociais para anunciar ao público e à mídia que era um homem trans. Abordando questões como alegria de poder falar abertamente sobre o assunto, gratidão pela aceitação dos fãs, amigos e familiares, o ator disse que amava ser uma pessoa trans, queer e que via e amava todas as pessoas que passavam pelo mesmo momento, mas que sofriam preconceito e não aceitação dos familiares.

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O Amor - Redação
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