Pesquisa de cunho sexual reuniu 82 mil pessoas em 45 países, incluindo o Brasil.
Os brasileiros têm em média 10 parceiros sexuais ao longa da vida e transaram pela primeira vez aos 18 anos, conforme dados da pesquisa “International Sex Survey”, que reúne dados sobre vida sexual.
O estudo foi feito com 82 mil pessoas em 45 países, incluindo próprio Brasil. Trata-se de um questionário on-line da Universidade de Montreal e a de Quebec, ambas no Canadá. Já no Brasil, a pesquisa foi realizada pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da FMUPS (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
O levantamento feito confirmou que as pessoas no território nacional começam a consumir pornografia ainda na adolescência – mais precisamente, aos 12 anos – e se relacionam sexualmente aos 18.
A pesquisa contou com a participação de 3.650 brasileiros com idade média de 45 anos, sendo obtida com exclusividade por VivaBem do portal UOL, que faz parte do “International Sex Survey”, citado anteriormente.
Outros destaques do comportamento sexual do brasileiro
Vale ressaltar que é tudo uma média. Em tese, as pessoas tiveram 10 parceiros ao longo da vida. As que estiveram em um relacionamento sério, transaram de duas a três vezes no mês cerca de duas a três vezes por semana, no último ano.
A maioria consumiu pornografia de duas a três vezes na semana nos últimos 12 meses, masturbando-se de duas a três vezes mensalmente com uma frequência em dose dupla ou tripla semanal, também no período de um ano.
Estima-se que 44% dos entrevistados estão satisfeitos sexualmente com o parceiro ou parceira; 99,2% se masturbaram pelo menos uma vez na vida; e 81% fizeram sexo com parceiro ou parceira casual – alguém com quem não tinham um relacionamento.
Conforme o psiquiatra e professor do IPq, Marco Scanavino, os dados desmistificam um pouco a ideia do brasileiro hipersexualizado, tendo em vista que a maioria (56%) está satisfeita com o relacionamento e cerca de 44% estão satisfeitos sexualmente com seus respectivos parceiros. Para ele, isso também reflete algo que é tendência em relacionamentos: a frequência sexual é maior no início e aos poucos vai caindo.
Responsável pela pesquisa no Brasil, Scanavino ressalta que a amostra do estudo, por mais representativa em termos de gênero e orientação sexual que seja, não pode ter suas respostas generalizadas para toda a sociedade brasileira. Logo, entende-se que os dados são um recorte que oferece alguns entendimentos importantes sobre comportamentos sexuais de inúmeros brasileiros, mas não todos eles.
Pornografia na adolescência gera preocupação
O fácil e rápido acesso a conteúdos eróticos é um estímulo com grande potencial para o jovem desenvolver um tipo de compulsão por sexo, principalmente se já tiver predisposição para desenvolver este comportamento.
Por esse motivo, a ciência hoje em dia analisa com mais profundidade e atenção o vício em pornografia e quais danos ele pode causar à sexualidade humana – especialmente entre os adolescentes, que ainda estão em formação, tanto física como emocional. É importante os jovens terem em mente que fora das telas, a duração do sexo, o desempenho do parceiro ou parceira, a intensidade dos orgasmos e até mesmo as posições sexuais, são bem diferentes das performances e cenas acrobáticas vistas no pornô. Por isso, esperar que toda transa seja igual a dos filmes pornográficos, pode gerar insegurança e frustração.
É muito importante os jovens terem em mente que fora das telas a duração da transa, o desempenho do parceiro ou parceira, a intensidade dos orgasmos e as posições sexuais são bem diferentes das performances e cenas acrobáticas vistas no pornô. Esperar que toda transa seja igual à da pornografia pode gerar frustração e insegurança.
A pesquisa analisou também a orientação sexual dos brasileiros: 66% identificaram-se como heterossexuais, 13% como gays ou lésbicas e 8,6% disseram ser bissexuais. Porém, 34% dos respondentes declararam não se identificarem como “estritamente heterossexuais”.
Marco Scanavino avalia que isso se trata de um reflexo da modernidade, de como a sexualidade hoje já é vista como algo mais fluido, e como há uma maior liberdade para assumir diferentes identidades, comportamento e orientação sexual.