Há 60 anos, uma bela história de amor teve início em Belo Horizonte, envolvendo Gerli Maria dos Santos, de 73 anos, e José Araruna, de 75 anos.
Após décadas de espera, eles finalmente conseguiram realizar o sonho de se casarem. A história de amor começou quando eram apenas adolescentes e culminou com um casamento comunitário emocionante promovido pela Defensoria Pública de Minas Gerais, ocorrido na última terça-feira, 23 de maio.
O encontro entre Gerli e José foi fortuito. José trabalhava em frente à casa de Gerli e, sempre que a via passar pela rua, ele encontrava uma maneira de “jogar seu charme” para conquistá-la. No entanto, havia um desafio a ser enfrentado: o pai de Gerli era uma pessoa bastante “sistemático”, como ela mesma descreveu em uma entrevista ao G1. Apesar disso, José não desistiu e teve uma brilhante ideia.
Ao descobrir que o sogro possuía uma sanfona com defeito, José ofereceu-se para consertá-la. Com apenas 15 anos na época, ele conseguiu ganhar a confiança do sogro e aproveitou a oportunidade para pedir Gerli em namoro. O casal também teve que enfrentar inúmeras dificuldades e preconceitos. Gerli, por ser de uma família humilde, não era aceita pela família de José.
“A mãe dele nunca aceitou bem. Uma vez a gente terminou porque ela não deixava que ele me namorasse, principalmente porque a gente morava na favela. Mas sempre fomos muito trabalhadores. Crescemos dando valor aos estudos e ao trabalho”, relatou Gerli em entrevista ao G1.
Direitos autorais: Arquivo pessoal/ Daniela Araruna
Por um período, eles precisaram ficar afastados um do outro. Mesmo assim, José continuou a enviar cartas de amor para sua amada, que eram entregues pelo irmão de Gerli. “Um dia, minha mãe flagrou meu irmão me entregando uma carta e descobriu que era do José. Para evitar que meu pai ficasse bravo, ela passou a me entregar as cartas pessoalmente”.
Com o passar dos anos, o casal conseguiu comprar uma casa com a ajuda da mãe de Gerli. Após a mudança, eles tiveram o primeiro filho. Embora o casamento oficial nunca tivesse acontecido, eles acreditavam que o amor e a “benção de Deus” eram suficientes. Hoje em dia, o casal já teve o prazer de ver seus filhos se formarem e seus netos crescerem.