A atriz de Hollywood revela que, em 1985, durante as gravações de Perfect, um cinegrafista mencionou que ela estava com “olhos inchados”, o que a motivou a fazer cirurgia plástica.

O envelhecimento, na sociedade ocidental, é acompanhado de questões pouco debatidas ou ainda não nomeadas. A saúde dos idosos, a vida social e sexual e até a aparência parecem suscitar na população uma série de receios que permanecem em uma área cinzenta por falta de diálogo.

Se os estereótipos para as pessoas que passaram dos 50 anos já podem ser prejudiciais, as mulheres sentem ainda mais o impacto, precisando não apenas se mostrar produtivas, mas também sempre jovens, como se nelas o tempo demorasse a agir.

O surgimento da cirurgia plástica, de áreas da estética que não existiam e até a proliferação de cosméticos que prometem o “fim das rugas” fizeram com que as exigências se tornassem cada vez mais intangíveis.

Para a atriz de Hollywood, Jamie Lee Curtis, de 62 anos, a beleza natural não pode ser substituída pelas intervenções estéticas. Segundo reportagem do Daily Mail, ela passou por um procedimento cirúrgico, depois de um cinegrafista lhe dizer que tinha os “olhos inchados”, em 1985.

Em 2002, Jamie passou por uma pequena lipo na região e também aplicou botox, mas isso não a deixou satisfeita. A sensação de que era, na realidade, uma grande fraude que ajudava a perpetuar os padrões de beleza acabou tomando conta da atriz, que decidiu não se submeter mais a nenhum procedimento cirúrgico apenas por razões estéticas.

Direitos autorais: reprodução Instagram/@curtisleejamie.

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Mas Jamie explica que detestou o procedimento, e hoje se tornou uma defensora de não modificar o rosto. Além de não gostar do resultado, a atriz ainda destacou que a intervenção nem sequer a fez sentir melhor com seu corpo, por isso acredita que as mulheres não devessem partir para o campo cirúrgico apenas para retardar o envelhecimento, que é um processo natural de todo corpo humano.

Assim como a pele, Jamie mantém os cabelos sem intervenções cosméticas, por isso estão grisalhos, e explica que já tentou fazer tudo o que estivesse ao alcance de um indivíduo para modificar a tonalidade. Essas mudanças fizeram com que enxergasse a situação como uma humilhação, obrigando-se a sentir cheiros de produtos químicos no salão de beleza, vendo as mudanças de cores e sentindo o calor do secador na pele. Foi quando começou a se perguntar: “para quê?”

Direitos autorais: reprodução Instagram/@curtisleejamie.

Foram as experiências nas telas, enquanto interpretava personagens, que fizeram com que a atriz buscasse formas de se sentir cada vez mais confortável dentro do próprio corpo. Depois que precisou fazer um permanente (procedimento que cacheia os fios, muito comum nas décadas de 1980 e 1990), e tingir os cabelos para dois personagens diferentes, sentiu que a química danificou sua pele.

Em entrevista, a artista ainda se diz totalmente contrária ao termo “antienvelhecimento”, principalmente porque faz parte do processo natural de todas pessoas, sem exceção. Ela afirma que deseja aparentar ter 70 anos quando completar essa idade, e não fingir ter 17.

Para Jamie, a tendência atual de preenchimentos e procedimentos estéticos, além da obsessão dos jovens e adultos pelos filtros dos aplicativos, são apenas para que sua aparência em vídeos se torne “aceitável”, atingindo os padrões desejados. Mas, segundo a artista, isso apenas destrói gerações de beleza, principalmente porque, depois que se “bagunça o rosto”, se torna muito difícil recuperá-lo.

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Agatha Rodriguez
Jornalista e redatora no site O Segredo. Procura escrever sobre temas impactantes e presentes no cotidiano de todos, incentivando as pessoas a se tornarem melhores a cada dia.

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