A jovem decidiu continuar os estudos, levando sua avó para cuidar da bebê, enquanto ela estudava!
Assim como muitos outros jovens, Gabriele Alves de Barros, de Curitiba, no Paraná, tinha todo um planejamento especial para a sua vida profissional. Estudante de Odontologia na PUC-PR, Gabriele tinha o desejo de se formar, entrar no mercado de trabalho e também fazer uma pós-graduação, quando descobriu uma gravidez não planejada aos 20 anos.
No primeiro momento, a gravidez de Gabriele parecia que poderia impedi-la de seguir frequentando as aulas de odontologia, entretanto, não foi o que aconteceu. Com muito jeito e a ajuda de sua avó, Ivanete Rissardi, a jovem conseguiu continuar os estudos, levando sua avó para a faculdade para pudesse amamentar a filha, Lunna, que atualmente tem 6 meses.
Em entrevista à Crescer, Gabriele contou que a pequena nasceu no início de fevereiro, pouco antes de começar o ano letivo na universidade. Segundo a jovem, ir para a faculdade quando a filha tinha apenas 20 dias de vida foi uma das decisões mais difíceis e certeiras que já tomou. No dia, Gabriele foi chorando para a aula, com medo de estar fazendo a coisa errada, mas no fim, deu tudo certo.
Descoberta da gravidez
Gabriele ficou sem reação quando soube que estava grávida. Nos primeiros três meses, ficou muito mal e se isolou em sua cama, sem saber o que faria. As primeiras pessoas que souberam da novidade foram uma amiga, dupla dela na faculdade, e o pai da criança, Henrique Provesi Fernandes, com quem namorava há seis anos.
Direitos Autorais: Reprodução/Instagram
Henrique recebeu a notícia sorrindo, enquanto Gabriele chorava desesperada. Depois, a jovem revelou para sua família, recebendo apoio de seus pais, que disseram que estariam lá para tudo que ela precisasse.
Gestação
Depois do susto inicial, Gabriele começou a se preparar para a chegada de Lunna, então, se mudou para junto de Henrique em janeiro, quando estava no nono mês de gestação. Além disso, ela também tinha marcado a cesárea, para que desse alguns dias de adaptação antes das aulas começarem. Entretanto, sua bolsa estourou e ela acabou tendo parto normal, no tempo que desejava.
Direitos Autorais: Reprodução/Arquivo Pessoal
Aulas e amamentação
Segundo Gabriele, não foi nada fácil quando Lunna nasceu, já que teve baby blues, chorando sem motivo. Apesar disso, ela seguiu focada em continuar os estudos e obteve ajuda de sua avó, que ficava sozinha em casa porque o avô era caminhoneiro, e tinha topado em ir para a faculdade com a neta.
No início, a ideia era que a avó de Gabriele ficasse no carro com a bisneta, enquanto a estudante assistia às aulas. Porém, elas acabaram decidindo ir para a sala de estudos da biblioteca da PUC. Como Lunna era um bebê muito tranquilo, Gabriele saia de duas em duas horas para alimentá-la, além do horário de intervalo.
Direitos Autorais: Reprodução/Arquivo Pessoal
Agora, a universitária e a avó utilizam a sala de amamentação, um local recém-inaugurado na universidade, voltado para funcionárias e alunas que são mães, onde tem poltronas, pia, trocador, geladeira e micro-ondas. Segundo Gabriele, eles já estavam projetando quando viram a necessidade, adiando tudo para que ela pudesse usufruir do local. Vale lembrar que, com medo por causa dos poucos anticorpos, Gabriele sempre tomou muito cuidado para prevenir qualquer tipo de contaminação em sua filha, principalmente durante a pandemia da covid-19.
Rede de apoio
Felizmente, Gabriele teve o apoio de seus pais, sua avó e seu namorado, que faz o papel de pai, dando banho, trocando fralda e dando amor e carinho. Além deles, a jovem também recebeu acolhimento dos funcionários, professores e da universidade, conseguindo conciliar todos os afazeres, como o trabalho de vender açaí com seu pai, a maternidade e os estudos.
Direitos Autorais: Reprodução/Arquivo Pessoal
Valeu a pena
No fim do último semestre, Gabriele publicou em seu Instagram um relato emocionante, agradecendo a todos que estiveram ao seu lado durante um ano cheio de transformações. “Hoje no último dia do semestre, eu tenho certeza que não poderia ter feito uma escolha melhor, eu não seria uma mãe tão boa se eu tivesse feito diferente, eu não estaria feliz nem satisfeita”, escreveu Gabriele.
Para a Crescer, a jovem ressaltou que após o nascimento de sua filha, tudo mudou, pois além de ter se tornado mãe, também foi morar sozinha e virou dona de casa. Ela afirma que o seu maior aprendizado é ter paciência, pois tudo tem seu jeito e sua hora para dar certo.