A história de uma mãe se tornou viral nas redes sociais, revelando o esforço que ela precisou fazer para abrir uma esmalteria em sua própria casa, a fim de cuidar das suas duas filhas pequenas.
A maternidade muitas vezes exige que as mulheres se reinventem, mudando completamente seu estilo de vida e até mesmo sua profissão para poder criar seus filhos. Infelizmente, esse processo consciente muitas vezes esbarra na desigualdade social e na pressão para que o cuidado infantil seja uma responsabilidade exclusivamente feminina.
No Brasil, a situação não é diferente. De acordo com dados apresentados no estudo “Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho foi de 54,5% em 2019, enquanto a dos homens foi de 73,7%. Essa diferença de quase 20 pontos percentuais evidencia a desigualdade social entre homens e mulheres.
Entre as mulheres que são mães, o número é ainda menor. Enquanto cerca de 67,2% das mulheres sem filhos estavam empregadas, aquelas que tinham crianças de até 3 anos de idade registraram uma taxa de emprego de 54,6% no mesmo ano. Ao compararmos com os homens que são pais de crianças nessa faixa etária, a diferença chegou a 34,6 pontos percentuais.
Direitos autorais: Reprodução/ Facebook/ Nail’s Art Princess
Ao mesmo tempo em que lutam para conseguir um emprego, as mulheres são as principais responsáveis pelas tarefas domésticas e pelo cuidado das pessoas da família. Em 2019, as mulheres dedicaram em média 21,4 horas semanais a trabalhos não remunerados, enquanto os homens dedicaram apenas 11 horas semanais. Mesmo aquelas que estão empregadas dedicam mais tempo do que os homens às atividades domésticas e ao cuidado da família, enfrentando diariamente a dupla jornada.
A conexão entre o esforço das mulheres nas tarefas domésticas, as dificuldades em retornar ao mercado de trabalho e a ausência da figura paterna não deve ser ignorada. Muitas mulheres que vivem em situação de pobreza e enfrentam a maternidade solo são as chefes de família no Brasil. O IBGE divulgou dados que mostram que quase metade dos lares brasileiros (34,4 milhões) são liderados por mulheres, no mesmo período.
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Com a necessidade de sustentar suas famílias e frequentemente sendo as únicas provedoras, as mulheres precisam se desdobrar para conciliar as rotinas de cuidado com as crianças e os demais membros da família com o trabalho remunerado. Em alguns casos, elas não conseguem retornar ao mercado de trabalho porque só encontram empregos de meio período ou são rejeitadas pelos empregadores.
A história de Yeni Noemi chamou a atenção nas redes sociais, revelando essa necessidade de adaptar a realidade para garantir uma renda mensal. O caso ocorreu na Península de Yucatán, no México, onde a mãe compartilhou em suas redes sociais a abertura de um salão de manicure em sua própria casa, a fim de criar suas filhas no bairro Roble Agrícola de Mérida.
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Assim que anunciou a abertura de seu negócio e os motivos por trás desse investimento, muitas pessoas decidiram expressar seu apoio virtual e presencialmente, parabenizando-a pelo esforço incomum para enfrentar uma demanda que, originalmente, deveria ser compartilhada.
Em sua postagem, a mulher escreveu que seu salão estava aberto para receber clientes, mencionou a atmosfera agradável e informou os horários de funcionamento: das 9h às 22h durante a semana e das 8h às 18h aos sábados. Ela também mencionou que faz atendimentos em domicílio e agradeceu a atenção e preferência de todos.
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Internautas desejaram sucesso à mãe, que compartilhou os horários de funcionamento juntamente com fotos do local, onde ela e suas filhas pequenas aparecem. Muitas pessoas ainda ofereceram produtos decorativos e itens essenciais para a operação da esmalteria.