O Dia dos Namorados, comemorado em fevereiro, nos Estados Unidos, possibilitou à empresa lançar sua mais recente coleção de lingeries inspirada em corpos reais.

As últimas décadas foram marcadas pelas mudanças radicais no padrão de beleza feminino, e as redes sociais acabaram impulsionando a sensação de urgência em fazer parte do ideal de aparência fomentado por grandes empresas. Foi possível acompanhar o incentivo à magreza excessiva, à idealização das intervenções estéticas, incluindo-se aos preenchimentos corporais para garantir lábios carnudos.

O padrão de beleza muda com o passar dos anos, mas sempre adotando a postura de inatingível. São muitas as mulheres que já usaram suas vozes para denunciar a manipulação das redes sociais e das imagens de artistas completamente retocadas, criando um padrão de beleza que nenhuma garota vai conseguir atingir, chegando a desenvolver transtornos alimentares.

O movimento de mulheres que luta pela normalização dos corpos reais tem ganhado espaço nas redes sociais, ajudando jovens mais vulneráveis a compreender que não existe apenas um tipo de corpo e que todas as pessoas são bonitas da forma que nasceram. Mas para que o discurso sobre naturalização da aparência seja factual, é preciso grandes marcas compreenderem e usarem seus nomes para divulgar materiais menos prejudiciais à saúde emocional das mulheres.

Sem preterir a pluralidade de corpos, a empresa George At Asda aproveitou a chegada do “Valentine’s Day” (Dia dos Namorados, nos Estados Unidos, que se comemora em fevereiro) para lançar sua mais recente coleção de lingerie. Com modelos gordas, mães e outras completamente fora do padrão alimentado por tantos anos pela indústria da moda, a empresa mostrou que queria que seus produtos fossem idealizados e desejados por mulheres “normais”.

Direitos autorais: Reprodução Instagram/ @georgeatasda.

Sem usar filtros ou retoques, de acordo com reportagem do Mirror, a George At Asda quis mostrar que não existem motivos para que as mulheres se sintam inseguras com seus corpos, que contam a própria história por meio de suas marcas e cicatrizes. Em uma das imagens postadas, a modelo Sadie Bass levanta um cartaz com a inscrição “Corpo não define o quanto você vale”.

3 Marca de lingerie optou por usar modelos reais com estrias em sua nova colecao Publico aprovou                                          Direitos autorais: Reprodução Instagram/ @georgeatasda.

As seis postagens com diferentes modelos fizeram com que não apenas os produtos fossem visibilizados, mas a mensagem a respeito do autocuidado e do amor-próprio necessários a todas as mulheres atingiu muitas seguidoras. Com as redes sociais sempre inundadas de imagens retocadas e recheadas de filtros, mostrando pessoas que vivem uma realidade completamente diferente da maioria, posando como exemplos a serem seguidos, a necessidade de que os corpos verdadeiros e reais sejam colocados em primeiro plano se faz necessária.

A quantidade de usuários que deu um feedback positivo sobre a campanha da George At Asda surpreendeu. Foram muitas as mulheres que não apenas se sentiram representadas, mas também perceberam que têm o direito de se sentir amadas e desejadas. Outras, além de elogiar a iniciativa, reconheceram que as redes sociais têm sido cada vez mais tóxicas, passando sempre uma imagem impossível de alcançar.

O corpo da modelo Bunna Teixeira, mãe de duas crianças, estampou uma das fotos mais curtidas da campanha, que fez questão de marcar cada perfil em suas publicações. As mulheres sentiram que realmente podem ser vistas, inclusive pessoas com deficiências, percebendo que existia um espaço no mercado em que pudessem ser valorizadas.

Direitos autorais: Reprodução Instagram/ @georgeatasda.

Vários seguidores pediram que a empresa continue fazendo suas campanhas apenas com “mulheres relacionáveis”, que têm corpos que representam de verdade a maioria da população feminina. Outras usuárias ainda informaram que, com as modelos, puderam ver como as lingeries ficariam em seus corpos, já que normalmente não conseguem ter a mínima noção de como seria, com modelos extremamente magras e barrigas chapadas.

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Agatha Rodriguez
Jornalista e redatora no site O Segredo. Procura escrever sobre temas impactantes e presentes no cotidiano de todos, incentivando as pessoas a se tornarem melhores a cada dia.

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