A mulher não pretende se “aposentar” tão cedo dessa função!
Barriga de aluguel tem-se popularizado no mundo nos últimos anos, constituindo-se numa das maneiras para diversos casais ou pessoas solteiras realizarem o sonho de ter filhos. Em suma, barriga de aluguel é um processo pelo qual uma mulher aluga o próprio útero para gerar o bebê de outra pessoa, e recebe dinheiro por isso. No Brasil, a prática não é legalizada, mas em diversos países é uma prática comum.
Laura McCarthy, de Huddersfield, na Inglaterra, é uma das mulheres engajadas nessa prática. Aos 33 anos, ela tem quatro filhos e já emprestou seu útero para gestar cinco outros bebês, cujos pais não podiam tê-los naturalmente.
Para ela, esse processo não é apenas sobre dinheiro, ele esconde um significado peculiar. Ao Mirror, McCarthy informou que fez a primeira barriga de aluguel há mais de uma década e que entregar um bebê para um casal e ver seu amor instantâneo e incondicional pela criança pode ser algo viciante.
McCarthy também pontuou que adora ser mãe e ajudar as pessoas a realizarem o sonho de ter filhos, enfatizando que a maternidade e a paternidade são os melhores trabalhos do mundo.
Direitos autorais: Reprodução / Mirror.
Todas as suas gestações de aluguel aconteceram por meio da fertilização in vitro (FIV), técnica pela qual se implanta o óvulo fertilizado do casal no útero da mulher escolhida para gestar a criança.
Antes de iniciar o processo, Laura conhece os pais do bebê que gestará e estabelece contato com eles, inclusive lhes diz que, quando a criança tiver idade suficiente, deverá saber a maneira como chegou ao mundo.
A ideia de se tornar uma barriga de aluguel, conforme contou a mulher, aconteceu depois do nascimento dos dois primeiros filhos, pois queria que outras pessoas conhecessem a sensação de ter os próprios herdeiros.
Uma década depois da primeira gestação como barriga de aluguel, McCarthy perdeu alguns quilos para conseguir gestar o décimo bebê para um homem solteiro com um óvulo doado, mas ainda não engravidou.
Laura comentou sobre o mito de que as barrigas de aluguel ganham muito dinheiro e ficam necessariamente apegadas aos bebês que gestam. Segundo ela, o apego é sim uma parte natural, e precisa mantê-lo protegido, mas não sente por eles o mesmo amor que tem pelos filhos.
Para a mulher, a locação do seu ventre é quase um estilo de vida e uma maneira de fazer a diferença no mundo, por esse motivo, ela não pretende se “aposentar” tão cedo dessa função.
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Dizendo que continuará ajudando pessoas a terem suas famílias enquanto seu corpo aguentar, a mãe explicou que, se chegar um momento em que as gravidezes não serão mais saudáveis, ela terá de estabelecer limite, porque seus filhos precisam de uma mãe.
Sobre a reação de sua família a essa escolha, a mãe contou que foi um choque e motivo de preocupação inicialmente, mas hoje em dia todos a apoiam muito, inclusive ficariam surpresos se decidisse colocar um ponto-final nas gravidezes. Ela ainda ressaltou o apoio de sua mãe.
Ser barriga de aluguel é algo sério, que precisa ser analisado com muito cuidado e convicção, pois envolve a vida de várias pessoas. Para McCarthy, a escolha não poderia ter sido melhor.
De acordo com um relatório da Kent University, reportado numa matéria do Daily Mail de dezembro de 2021, o número de pais que usam barriga de aluguel na Inglaterra e no País de Gales quadruplicou nos últimos 10 anos. De acordo com os dados, 117 bebês nasceram de barrigas de aluguel em 2011, já em 2020, 413.