Considerada uma atriz sempre disposta a quebrar estereótipos, Bruna Linzmeyer explica que a maternidade pode ter uma faceta violenta, e por isso não deseja engravidar.
A cada ano que passa, cada vez mais mulheres estão dispostas a enfrentar a maternidade compulsória, ou seja, dizem não à obrigatoriedade de serem mães. Por mais que não exista um documento oficial que as force a engravidarem, ao longo de suas vidas acabam se deparando com inúmeros discursos que as impelem a pensar nos filhos.
Socialmente, existe uma fórmula que deve ser seguida pelas pessoas: elas estudam, encontram uma profissão, se casam e têm filhos. Mas e quando essa fórmula não se aplica a uma existência? E se as mulheres não quiserem mais se submeter aos desejos de terceiros? Isso é o que vem acontecendo na última década, e muitas usam as redes sociais para falar abertamente de suas escolhas, e como a maternidade poderia afetar negativamente o estilo de vida, a carreira profissional e até mesmo o âmbito pessoal.
A atriz Bruna Linzmeyer, de 30 anos, é uma das famosas que não sentem mais medo em se mostrar ao mundo como são. Ela é uma das primeiras profissionais de gerações a falar abertamente sobre sua orientação sexual, e da importância de as lésbicas ocuparem os espaços públicos e privados. Segundo reportagem do jornal O Globo, ela chegou a ser questionada se valia mesmo à pena colocar sua carreira em risco para assumir sua sexualidade. Além disso, ela também revelou que nunca teve o desejo de ser mãe.
Ela conta que conheceu atrizes mais velhas que acabaram perdendo contratos ou mesmo chegaram a assinar termos se comprometendo a não falar em público ou com a mídia sobre o assunto, sequer podiam aparecer com suas namoradas em eventos. Bruna conta que, no seu caso, considera que o mundo estava “vivendo uma curva”, e por mais que esses medos fossem reais, ela acredita que possa ter contribuído para reforçar que mulheres lésbicas existem.
Direitos autorais: Reprodução Instagram/ @brunalinzmeyer
Desde então, a atriz passou cada vez mais a romper paradigmas, podendo vivenciar aquilo que sente vontade, sendo inclusive mais produtivo para sua própria carreira. Recentemente, ela optou por raspar a própria cabeça para interpretar uma personagem no filme Cidade; campo, de Juliana Rojas, trabalho que ainda não revelou detalhes.
Para aqueles que imaginam que a postura de Bruna impacta negativamente na área profissional, se enganam. A imagem da atriz tem sido inclusive um dos principais motivos que a levam a fechar grandes contratos com marcas como Nike, Mr. Cat, Loungerie, Avon e a cerveja Beck’s. Sem nunca ter sido cobrada por seus posicionamentos, ela conta que leva uma ótima relação com as empresas que a contratam, e que acabou fazendo ótimos amigos.
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Mesmo assim, Bruna não pode fingir que os estereótipos e a normatividade não existam no mundo, e inclusive defende que a ideia de mulher – e a feminilidade que a acompanha – precisa ser superada de uma vez por todas. Ela reconhece que acaba fazendo parte dessa espécie de resistência na mídia, por não ser feminina dentro dos padrões esperados, mas conta que está extremamente confortável da forma como é, e que isso não tem prejudicado sua vida, seus ganhos ou qualquer outra área pessoal.
Direitos autorais: Reprodução Instagram/ @brunalinzmeyer
Prestes a completar 31 anos em novembro deste ano, Bruna Linzmeyer conta que está se colocando em um caminho para o envelhecimento saudável, e se abraça a referências de pessoas que olha e ouve para conseguir alcançar esse patamar. Ela explica que para chegar bem aos 70 anos, é preciso um trabalho de autoconfiança, bem-estar, inteligência emocional, escolhas afetivas e profissionais que precisam ser iniciadas agora. Cássia Kiss, Sandra de Sá e Simone são algumas das referências que ela coloca nessa explicação.
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Em relação à maternidade, Bruna conta que não sente vontade de ser mãe, e que isso advém da parte violenta que engravidar e ter filhos pode ter. Ela agradece às mães que têm falado abertamente sobre o assunto nas redes sociais, e conta que gosta muito de crianças, e que sabe que a experiência pode ser incrível, mas que nunca esteve nos seus planos pessoais. Além disso, ela acredita que perguntar a uma atriz ou qualquer outra mulher na faixa dos 30 sobre filhos seja um indício da maternidade compulsória, até porque poucos homens nas mesmas condições são inquiridos sobre esse assunto.