Veja a história de Santa Luzia, padroeira dos olhos

Venerada pelos católicos, Santa Luzia é conhecida por ser protetora e padroeira dos olhos e da visão.

Nascida em Siracusa, Itália, Luzia era considerada uma das jovens mais lindas de sua cidade, além de ter nascido em uma família rica e cristã. Seu pai faleceu quando ela tinha 5 anos, enquanto sua mãe sofria de hemorragias severas, o que fez da jovem se dedicar quase que inteiramente aos cuidados de Eutíquia, sua mãe.

Quando ela nasceu, o cristianismo era uma religião perseguida pelo governo romano, e ainda que sua família ser cristã, é possível que as posses da família também tenham sido um fator de proteção contra a perseguição dos romanos.

De acordo com o site Canção Nova, Santa Luzia soube que sua mãe queria casá-la com um jovem de família pagã, que era um fidalgo da nobreza. Foi então que ela partiu em romaria até o túmulo da também mártir Santa Águeda, e voltou com certeza de que não queria se casar e que se consagraria, independente dos sofrimentos que ela pudesse viver.

Ao voltar da romaria, Santa Águeda teria curado sua mãe, mas também teria revelado à jovem que ela sofreria um profundo martírio, mas seria venerada em toda Siracusa. Depois da cura de sua mãe, a menina passou a vivenciar sua fé de maneira pública, algo que até então era possível somente na clandestinidade.

Direitos Autorais: Reprodução/Wikimedia Commons – Mario Minniti

Tal situação desagradou o jovem a quem fora prometida. Ele a denunciou ao procônsul Pascásio. Os procônsules eram, dentro da estrutura romana, como os magistrados atuais, que tinham que administrar as províncias, fazendo as vezes de um governador ou um prefeito.

Roma, à época, era governada pelo imperador Diocleciano, que teve como principal registro a perseguição incansável a todo aquele que professasse, de maneira pública, sua fé.

Ela terminou doando suas posses aos pobres com o consentimento de sua mãe, e terminou sendo presa pelas forças do governo. Pascásio fez o impossível para que ela renunciasse ao cristianismo e aceitasse os rituais pagãos romanos. Ele não conseguiu.

Com a recusa da jovem Luzia, Pascásio ordenou que a levassem a um prostíbulo para que ela, assim, fosse estuprada por soldados. A ideia do procônsul era que ela renunciasse sua fé.

Os soldados amarraram suas mãos e pés com cordas, mas o relato afirma que ela permaneceu imóvel e que foi impossível tirá-la daquele lugar. Com isso, Pascásio ordenou que os flagelos começassem.

Jogaram óleo fervente no corpo de Luzia, mas nada teria acontecido.

Segundo a Wikipédia, Santa Luzia teria rezado a seguinte oração:

“Senhor Deus, Jesus Cristo meu Rei, não deixeis que estas chamas me façam mal algum”. E as chamas não a queimaram, sequer deixaram rastro de vermelhidão sobre seu corpo.

Diante da cena, os soldados resolveram arrancar-lhe os olhos. Eles os entregaram sobre um prato, mas, de maneira milagrosa, nasceram no rosto da jovem dois lindos olhos, mais lindos e perfeitos que os arrancados pelos soldados.

Como nada abalava sua fé, nem Luzia se convertia ao paganismo, os soldados resolveram decepar sua cabeça enquanto ela dizia: “Adoro a um só Deus verdadeiro, a quem prometi amor e fidelidade”. Nesse momento, sua cabeça rodou pelo chão.

Foi dia 13 de dezembro do ano de 304 d.C.

Seu corpo foi recolhido e posteriormente sepultado em Roma. A fama de santa começou a se espalhar pela Europa, mas de maneira especial na Itália.

De acordo com o professor Thiago Maerki, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Luzia teria lindos olhos e isso foi motivo suficiente para que seu então pretendente ficasse com ciúmes da jovem. Em outras versões, foi a própria Santa quem teria tirado os próprios olhos, mas, por milagre, teria surgido outro par em seu rosto.

Nessa versão, o preterido, ao testemunhar a situação, teria se convertido logo depois ao cristianismo.

Devoção à Santa Luzia

Direitos Autorais: Reprodução/Wikimedia Commons – Michelangelo Merisi da Caravaggio

Logo após sua morte, o túmulo da jovem passou a ser lugar de peregrinação de várias pessoas, que acudiam ao local para venerá-la e pedir sua proteção.

Anos depois, sobre o sepulcro foi erguida uma igreja, mas desde o século IV, Luzia era venerada e foi considerada uma das ilustres virgens e mártires da Igreja Católica.

O culto à Santa passou a ser mais difundido durante o pontificado do papa Gregório Magno, porque teria sido ele quem inseriu o nome de Luzia dentro do cânone da missa, com outras santas da Igreja Católica.

A devoção por Santa Luzia chegou com os portugueses. Em Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi erguida em 1773 uma capela em sua honra. A capela estava na antiga fazenda de Santa Luzia, e a festividade em honra à santa é um dos principais eventos de Mossoró.

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Jimena Bautista
Redatora dos sites O Segredo e O Amor. Escreve sobre reflexão, inspiração e boas notícias, incentivando a todos a se tornaram uma melhor versão de si mesmos.

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