Jogador do Marrocos não receberá nada do que ganha com sua Seleção. Ele prefere doar esse valor para uma causa mais importante.
O Marrocos fez uma campanha histórica na Copa do Mundo de 2022 no Catar. Os Leões do Atlas caíram nas semifinais contra a França, mas deixaram o futebol africano em alta ao ser o primeiro time do continente a chegar a esta fase da Copa do Mundo. Os marroquinos conquistaram o respeito do mundo depois de sua grande atuação no torneio, mas se há um jogador que vale a pena admirar é Hakim Ziyech.
Segundo a revista GQ Esporte, Hakim Ziyech, que atualmente joga pelo Chelsea, decidiu que, em vez de embolsar o que ganhou durante sua participação nesta Copa do Mundo, vai doar o dinheiro para as famílias mais carentes de seu país.
A informação foi dada por Khaled Beydoun, jornalista que além de cobrir a Copa do Mundo do Catar para a CNN, é também professor de Direito na Wayne State University em Detroid. O professor e jornalista também é especialista em islamofobia e é colaborador regular da CNN norte-americana. Segundo a revista GQ Esportes, o professor também é autor do livro “American Islamophobhia: Understanding the Roots and Rise of Fear” (em tradução livre: Islamofobia americana: compreendendo as raízes e o surgimento do medo)
Após a partida de Marrocos contra Portugal pelas quartas de final, a soma que será doada é superior a 300 mil euros, embora possa ser maior depois que os africanos disputem o terceiro jogo contra a Croácia.
(em tradução livre: “Estrela do Marrocos Hakim Ziyech* nunca pegou um dólar enquanto estava jogando pelo seu país [desde 2015]. Ele doa tudo o que recebe para os trabalhadores de seu time e para famílias pobres de Marrocos” – *grafia correta do sobrenome do jogador)
Por outro lado, Beydoun destacou que o jogador não recebe nenhum salário de Marrocos desde que fez parte da seleção em 2015, já que tem dado esse dinheiro para os funcionários e famílias pobres de seu país.
(em tradução livre: “Hakim Ziyech doou todo seu bônus ganho pela Copa do Mundo ($325,000) para as pessoas pobres em Marrocos. Este time é histórico em vários níveis”)
História do jogador marroquino
Hakim Ziyech tem 29 anos. Ele nasceu na Holanda de pais marroquinos que emigraram. Ele foi treinado no futebol holandês, onde em 2019 fez história ao chegar às semifinais da Liga dos Campeões com o Ajax em 2019. Agora, jogando pelo Chelsea ele teria sido transferido ao atual clube por 40 milhões de euros.
Embora em 2015 tenha optado por jogar por Marrocos frente à Holanda, no início deste ano ele se recusou a ir com a seleção marroquina. O treinador bósnio Halihodzic terminou definindo o jogador como “problemático que pode complicar o ambiente até mesmo dentro do vestiário“.
No entanto, a chegada de Walid Regragui à frente da seleção marroquina o fez mudar de ideia. “É incrível. Muitas pessoas dizem que Hakim é um menino difícil de lidar, mas o que vejo é que se você der a ele amor e confiança, ele morrerá por você“, disse o novo treinador sobre ele.
A seleção marroquina, com Hakim Ziyech, chegou às semifinais de uma Copa do Mundo. Um feitio grande para o país africano.
Ziyech, que nasceu na Holanda, tem uma história particular com Marrocos. O jogador teria pedido demissão da seleção nacional marroquina por duas vezes. A última ocorreu recentemente e esta obrigou Vahid Halilhodžić, ex-técnico do Atlas Lions, a renunciar ao cargo.
À época, segundo o Estadão, o meio-campista Hakim Ziyech teve uma série de problemas com o então técnico da seleção marroquina, o bósnio Vahid Halilhodžić. Os atritos entre os dois teriam começado quando Vahid Halilhodžić teria afirmado que Ziyech teria fingido uma lesão para não jogar contra Burkina Faso. O então técnico teria comentado também sobre os atrasos do jogador ao chegar ao treinamento e sua falta de postura como líder de equipe.
Com a eliminação do Marrocos nas quartas de final da Copa Africana de Nações, Vahid Halilhodžić teria sido questionado se estaria arrependido de não ter convocado Ziyech para os jogos. À época o treinador bósnio negou a situação e ainda teria criticado duramente o meia do Chelsea: “Os jogadores que selecionei são os melhores do país. Eu não escolho um jogador que possa desequilibrar o grupo. Nem mesmo se o nome dele for Lionel Messi”, rebateu o treinador Vahid Halilhodžić. Segundo o treinador, o jogador marroquino não queria treinar e não levaria nada a sério, o que terminaria prejudicando o time inteiro.