Um dos pais, Gastón Fernández, trabalhava no hospital quando soube de uma menina de três anos que tinha sido abandonada pela família e diagnosticada com leucemia.
A adoção é considerada uma das melhores formas de criar uma família, principalmente para aqueles que não conseguem de maneira biológica. Quem opta por essa alternativa, chegou a considerar todas as possíveis equações e variáveis, e sabe quais podem ser as consequências, mas também reconhece a necessidade de oferecer um lar para crianças em abrigos.
Daniel González e Gastón Fernández são argentinos e eram casados havia pouco tempo quando, em 2012, viram o relacionamento mudar completamente ao adotar uma menina de apenas 3 anos. Gastón trabalhava como pediatra no Hospital Notti, onde conheceu Bianca, uma pequena que havia sido abandonada pelos familiares, diagnosticada com leucemia linfoblástica aguda.
De acordo com o Los Andes, a menina teve um atraso no desenvolvimento, já havia passado por uma das etapas da quimioterapia e apresentava estabilidade, mas sem ninguém que pudesse lhe fazer companhia.
O pediatra ligou imediatamente para o marido para comentar sobre o caso, e como sempre quiseram ter filhos, pensaram que adotar a menina podia ser uma boa opção. Assim que Daniel a conheceu pessoalmente, os sentimentos se confirmaram e o casal decidiu dar andamento ao processo de adoção.
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Bianca pegou a mão dele e colocou em sua cabeça, como se já tivessem criado um elo inquebrável. Os dois precisaram encontrar os pais biológicos da criança, e levaram muito tempo para conseguir, mas ao fim dessa etapa, puderam finalmente reconhecer que eram realmente pais.
Gastón conta que jamais vai esquecer do dia em que foi chamado ao Registro de Adoção e que eles estavam completamente desesperados para aceitar Bianca. Assim que aceitaram a paternidade, assumiram também os cuidados da menina, que precisou passar por um sério tratamento durante dois anos. Nesse tempo, eles permaneceram em um quarto de hospital, lidando com todas as medicações e intervenções possíveis para salvá-la.
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Mesmo com um caminho árduo e cheio de sofrimento, depois desse período, os três conseguiram finalmente ir para casa juntos. A notícia de que Bianca havia se curado da leucemia pegou todos de surpresa, mostrando que o caminho que teriam juntos ainda seria longo.
Os pais afirmam que são completamente felizes ao lado da filha e que amam sua personalidade. Quando receberam a maravilhosa notícia, decidiram correr atrás dos anos perdidos, frequentando hospitais e conversando com médicos.
Como tinha sido diagnosticada com atraso, Bianca passou por terapias em psicopedagogas, fonoaudiólogas e psicólogas, que a ajudaram a alcançar as etapas de desenvolvimento que precisava. Isso auxiliou na retomada da vida em sociedade, principalmente ao matricular a filha em escolas regulares, existindo a necessidade de conviver com colegas de sua idade.
Hoje Bianca é uma menina de 13 anos completamente saudável, alegre, sociável, que anda de skate e ama sua família. Daniel e Gastón querem aproveitar todos os minutos ao lado da filha, mesmo sabendo que, em algum momento, vão precisar deixá-la voar livremente, mas o amor e o afeto quase os tornam incapazes de não ser tão próximos.
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“Ela é muito ativa, vai à escola, à ginástica, à natação, e sua vida social é muito bonita”, expressou Gastón, que definiu a filha como um “ser humano queridinho”. “Ela é doce, carinhosa e, claro, também manipuladora, ela faz o que quer com a gente”, brincou o pai. Para Daniel, a palavra pai transcende sua definição no dicionário. “Ser pai não é um título, é um vínculo que se conquista dia a dia e para o resto da vida”, encerrou.