Duda, uma garotinha de 7 anos, passou por um período desafiador quando seu pai, Wesley Waila, foi diagnosticado com câncer na vesícula biliar. Durante dois anos, Wesley enfrentou cirurgias e tratamentos intensos, incluindo radioterapia e quimioterapia.

Eventualmente, ele foi encaminhado para cuidados paliativos. Nesse tempo, Duda, que é autista, e sua mãe Alice Deleon, que vivem em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, mantiveram contato com ele à distância, pois ele estava em tratamento em Porto Alegre.

As restrições hospitalares impediam Duda de visitar seu pai pessoalmente, limitando-os a interações via videochamadas. No entanto, uma exceção permitiu que Duda o visitasse e eles passaram um domingo juntos.

“Nesse dia, a gente conseguiu conversar com ela, compramos um presente, o Weslley cortou a unha dela, colocou ela na cama, e ela teve um bom entendimento do que estava acontecendo. A gente viu que o amor deles transcende tudo isso”, compartilhou Alice ao portal Metrópoles.

O último adeus

A tocante despedida ocorreu em 3 de setembro de 2023. Esse momento foi capturado por Alice e rapidamente se espalhou pela internet. Infelizmente, Wesley faleceu uma semana depois desse encontro, em 10 de setembro, pouco antes de completar 34 anos.

Ao longo dos dez anos de casamento com Alice, agora com 29 anos, eles compartilharam o desafiador período da doença.

Alice reflete sobre os cuidados paliativos como um tempo para não focar mais no aspecto físico da condição de Wesley, mas sim vê-lo como pessoa.

“Isso foi crucial para que ele pudesse se despedir de sua filha”, disse Alice.

Segundo ela, era vital explicar a situação para Duda de forma que ela pudesse entender e valorizar os últimos momentos com o pai.

“Ela sabia que o pai não estava bem. A gente sabia que ele teria pouco tempo, que estava chegando o fim próximo. Então a gente conseguiu fazer um especial com ela, para mostrar para ela que o pai não estaria mais lá e até hoje ela fala muito do pai.”

Um legado de amor

Apesar das circunstâncias dolorosas, a história de Duda e Wesley é uma prova do poder do amor e da conexão humana em tempos difíceis. A perda de Weslley ainda é profundamente sentida por ambas, especialmente durante as festividades de final de ano.

“É mais difícil agora do que no início, porque o sofrimento dele estava nítido, e hoje em dia a saudade aumenta mais”, lembra Alice.

No entanto, ela reconhece que aquele era o momento certo para Weslley partir.

“Como foram dois anos de tratamento, a gente tinha noção da finitude próxima. Ele estava muito cansado e a maior dele era deixar eu e a Duda, e de não vê-la crescer. Mas ele já estava com tanta dor, e estava tão cansado, que ele não tinha mais medo do desconhecido. No final, ele estava tranquilo porque sabia que continuaria junto de nós”.

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