Para a atriz Alessandra Negrini, comentários como esse reforçam conceitos machistas.

Existem várias celebridades que ostentam aparência jovial. Alessandra Negrini é uma delas. Contudo, ela não gosta tanto deste rótulo de “beleza eterna” o qual é atribuído constantemente a ela em matérias e nas redes sociais.

No ponto de vista da artista, títulos como esse acabam trazendo consigo uma conotação machista por mais que pareça um elogio.

É claro que Alessandra gosta de ser elogiada por sua beleza, mas ela acredita que é desnecessário ficar o tempo todo dizendo que aos 52 anos, não aparente a idade que tem.

A beldade já declarou em diversas entrevistas que detesta chamar atenção por conta disso. Todos esses comentários ressaltando sua jovialidade são vistos por ela como antiquados. Por isso, bate na tecla de que a sociedade costuma atribuir essas falas à maneira como as pessoas devem se portar após uma determinada idade.

Foi durante a festa de lançamento da novela “Travessia” (Rede Globo) no ano passado, que Alessandra Negrini abriu o jogo a respeito do assunto. “Enche o saco, me deixa em paz… As pessoas têm o direito de parecer quem elas quiserem, não tem que parecer mais novo não, isso é bobagem, está todo mundo hoje gato com 50 anos, ninguém fica falando isso para os caras né, tem que falar isso para as mulheres? Cansei!”, detonou.

Direitos autorais: Reprodução/Instagram

Etarismo

Negrini acredita que esse tipo de comentário responsável por exaltar a jovialidade da mulher, seja ela anônima ou famosa, se trata de uma “pressão chata” comumente ligada ao etarismo, preconceito com a idade, algo cada vez mais latente nos dias de hoje.

Em um mundo que cobra a constante perfeição das mulheres em seus biotipos, pressionando-as a se encaixarem em padrões de beleza inalcançáveis, fica nítido que parecer jovem é o ideal. Querem que a figura feminina se livre o quanto antes das rugas, linhas de expressão e fios grisalhos.

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Contudo, quem dita essas regras esquece que um dia irá envelhecer, e por esse motivo, não faz sentido algum criticar quem abraça suas naturalidades e ciclos naturais da vida. O envelhecimento faz parte da trajetória de todo ser humano e deve ser apreciado ao máximo.

Há quem acredite, inclusive, que ao fazer 40 anos a vida acaba, os sonhos se esvaem e as conquistas devem ser invalidadas. A faixa etária é apenas um número, e jamais deve ser um fator limitante para quem ainda tem muito para realizar.

Em Bauru, no interior de São Paulo, o caso da estudante universitária que foi alvo de deboche por três colegas mais jovens, chamou atenção no Brasil. Ela foi considerada velha demais para estar ali no curso de biomedicina, só pelo fato de fazer parte da geração +40.

Famosas como Claudia Ohana, Fafá de Belém e Cláudia Raia, por exemplo, têm sentido na pele o peso dos julgamentos relacionados à idade. Se tratando da última, mãe pela terceira vez aos 56 anos, até hoje muitos dizem que ela poderia ser avó de Luca, seu caçula de dois meses.

Na menopausa há pelo menos três anos, desafiou a medicina e surpreendeu a todos, mostrando o que a natureza humana é capaz de fazer quando algo já está predestinado a acontecer. É a prova viva de alguém que foi subestimada, mas segue sua vida plena, sem se importar com aquilo que falam a seu respeito.

É por isso que Alessandra Negrini se refere a essa temática como um todo, detonando a postura de quem a enaltece por seu visual. “Isso é sociedade antiga, é um pensamento velho. Acho esses comentários ainda machistas”, acrescentou finalizando seu discurso.

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Mayara Gabrielle
Redatora dos sites O Segredo e O Amor. Escreve sobre reflexão, inspiração e boas notícias, incentivando a todos a se tornaram uma melhor versão de si mesmos.

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