A comediante Juliana Oliveira está organizando uma ação legal contra o SBT, após ter acusado o apresentador Otávio Mesquita de estupro, uma acusação que ele nega enfaticamente.

De acordo com seu advogado, Hédio Silva Jr., a emissora não conseguiu assegurar a proteção da integridade física e moral da artista. Juliana reportou o acontecimento à área de compliance do canal em setembro do ano anterior, porém não recebeu resposta.

“Ela reclamou, buscou ajuda, buscou apoio, mas não obteve”, declarou o advogado ao Estadão. A equipe jurídica da artista agora está coletando evidências para iniciar uma nova ação legal contra a emissora.

O episódio em questão ocorreu em 2016 durante o programa The Noite, onde Juliana ajudava Otávio Mesquita nos bastidores. Ela afirma que, enquanto ajudava na remoção de equipamentos de segurança que ele utilizava em cena, houve um contato físico inadequado.

O incidente foi filmado e no vídeo é visível Mesquita fazendo movimentos sexuais enquanto segura Juliana pelas pernas. Hédio Silva mencionou que, embora inicialmente Juliana tenha considerado o ato como assédio, foi aconselhada a classificar o ocorrido como estupro, baseando-se nas mudanças introduzidas pela Lei 12.015/2009. “Ela própria ficou perplexa”, disse.

O Ministério Público de São Paulo ordenou que a polícia investigue o caso após uma representação criminal ser apresentada na Justiça de Osasco. Por outro lado, a defesa de Mesquita questiona a severidade da acusação.

Seu advogado, Roberto Campanella, argumenta que o episódio não se enquadra legalmente como estupro e enfatiza que a denúncia foi feita tardiamente. “Estamos falando agora quase dez anos depois”, pontuou.

Ele também destacou que o apresentador fornecerá todos os esclarecimentos necessários quando for oficialmente notificado.

Em retaliação à acusação, Mesquita processou Juliana por danos morais. Conforme Campanella, qualquer compensação financeira recebida será doada para uma ONG que suporta vítimas de violência.

“Consideramos um abuso da manifestação. Se alguém esperou quase dez anos para fazer uma acusação dessas, deveria ao menos ter procurado a parte antes de recorrer à mídia”, afirmou o advogado.

Hédio Silva expressou sua indignação: “Esse script é tão antigo quanto supremacista: o estratagema de tentar transformar vítimas em algozes!”.

O caso gerou grande repercussão nas redes sociais, onde Juliana começou a receber comentários ofensivos. “O tempo de funcionamento da Justiça não é o mesmo da internet”, criticou Silva, condenando o julgamento público apressado.

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