Além das dispensas por parte da emissora, há quem deixe a Globo por iniciativa própria.

Para quem desconhece os bastidores da TV, a notícia que Márcio Garcia pediu a rescisão de seu contrato na Globo – possivelmente para retornar à Record – gerou surpresa para muita gente.

Fica o questionamento: por que um apresentador com salário alto, que desfruta de longos períodos de férias e ainda trabalha por temporada, iria querer deixar o canal mais importante do país?

Já aqueles que possuem alguma vivência no universo da televisão conseguem elencar com mais facilidade algumas razões para um jornalista ou ator abrir mão do crachá da emissora global para dar início a outras funções.

Confira algumas delas:

Questão salarial

Embora uma pessoa faça parte do grupo de comunicação mais rico do Brasil, cujo faturamento está na faixa de R$14,4 bilhões, isso só em 2021, a Globo só paga uma fortuna aos apresentadores do primeiro time.

Os demais recebem sim bons salários, entretanto, menores do que os colegas ganham na concorrência, por exemplo. São poucos os âncoras de telejornal que embolsam mais de R$100 mil na Globo, enquanto jornalistas ocupando a mesma posição em outras TVs, faturam até R$250 mil.

Se tratando de apresentadores de entretenimento, como Márcio Garcia, o salário pode duplicar com as ações de merchandising. Na Globo, são poucos os programas que têm inserções no palco. Já no SBT e na Record, isso acontece em número bem maior.

Direitos autorais: Reprodução/TV Globo

Rodrigo Faro é um exemplo de famoso que consegue gerar uma receita mensal acima de R$1 milhão anunciando produtos durante a exibição de seu programa, aos domingos, na Record TV.

Anne Lottermann optou por sair do “Jornal Nacional”, onde tinha mais visibilidade apresentando o boletim meteorológico, para ser melhor remunerada no “Faustão na Band”, onde é menos vista.

Sair da estagnação

A Globo tem fama de engessar os contratados que trabalham perante às câmeras. Eles passam anos exercendo o mesmo cargo, sem perspectiva de ascensão a um posto de maior prestígio. O que se sabe é que há muitos talentos para poucas vagas, tanto no jornalismo quanto nas atrações de entretenimento. É justamente esta frustração por se sentir pouco aproveitado e não enxergar a chance de ascender que leva profissionais renomados a se demitirem.

A repórter Elaine Bast e a apresentadora Michelle Barros saíram por essa razão em 2022. Já na teledramaturgia, Bruno Gagliasso e Marco Pigossi cansaram dos repetitivos papéis como galãs e partiram em busca de desafios profissionais mais exigentes, em plataformas de streaming.

Cansaço

Para quem assiste, é tudo bonito e perfeito. No entanto, a realidade por trás dos bastidores não é das mais fáceis. Quem trabalha no meio, enfrenta grandes pressões psicológicas, sejam por cobrança em termos de audiência, rotina puxada ou até mesmo rivalidade interna (em TV, o pior concorrente geralmente é um colega de trabalho).

Recentemente, o comentarista Carlos Alberto Sardenberg e a apresentadora Christiane Pelajo se demitiram da rede Globo por almejarem uma vida mais tranquila. O repórter esportivo Marco Aurélio Souza, por sua vez, deixou a emissora a fim de trocar a rotina estressante por um dia a dia mais saudável, depois de sofrer com a Síndrome de Bournout, caracterizada por estafa extrema.

Apesar do status de ser um global inflar a autoestima e turbinar o currículo, nem sempre isso garante a realização profissional, qualidade de vida muito menos a satisfação financeira. As demissões voluntárias na TV Globo surpreendem, mas no geral, são compreensíveis. A direção do canal continua fazendo dispensar em quase todos os setores. A ordem é desligar funcionários para economizar, e desta forma, viabilizar maiores investimentos.

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Mayara Gabrielle
Redatora dos sites O Segredo e O Amor. Escreve sobre reflexão, inspiração e boas notícias, incentivando a todos a se tornaram uma melhor versão de si mesmos.

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