Por Novo filme da Netflix é dirigido pelo mesmo diretor de Sandman e Os Contos da Aia.
Mila Kunis é a protagonista de novo drama da Netflix, baseado no best-seller de Jessica Knoll, foi catalogado pelos telespectadores como indigesto e perturbador.
O filme que tem a atriz ucraniana radicada nos Estados Unidos, Mila Kunis, quem também é conhecida por ter participado do That 70’s Show e O Cisne Negro, traz um drama baseado no livro homônimo da autora norte americana Jessica Knoll.
“Eu sempre quis vingança. O que consegui foi muito melhor”, disse a autora em entrevista para a Vogue. A escritora conseguiu transformar um episódio de abuso que sofreu na adolescência em um best-seller, que agora virou um dos filmes mais vistos da plataforma de streaming da Netflix.
O drama, que obteve pontuação da audiência em 74% pelo site Rotten Tomatoes, começa acompanhando Any FaNelli, uma mulher nova-iorquina bem-sucedida e muito segura de si mesma que aparentemente tem tudo: um grande cargo de prestígio em uma revista, um estilo invejável e o casamento dos sonhos. Quando Any é entrevistada para um documentário para poder contar sua versão dos fatos ocorridos quando ela ainda era adolescente, a estudante da Brentley School é forçada a enfrentar uma verdade sombria, que pode desestruturar totalmente sua vida de glamour.
Para Jessica Knoll, a única maneira de trazer esses fatos foi sob o viés da ficção. “Despejei minha auto aversão e agonia na personagem que criei, a Any. [Eu] estava desesperada por uma voz, mas ainda havia muitas pessoas que eu precisava proteger, inclusive a mim mesma. A ficção me permitiu não machucar minha família, a lidar com o meu medo dos leitores ao perceberem que Any, de quinze anos, vai a uma festa do ensino médio e fica nua da cintura pra baixo, desorientada e sangrando”.
Direitos Autorais: Divulgação/Netflix
O longa dirigido por Mike Barker, quem também fez Sandman, que também está na Netflix, e O Conto da Aia, não é necessariamente baseado em um caso real. É uma ficção criada por Knoll, mas que tem em sua narrativa elementos inspirados em fatos reais.
A autora revelou, também, que muitos traços de Any, que é interpretada por Mila, são tirados de si mesma, como o jeito de ser, a ambição e a perspicácia frente ao trauma vivido na juventude.
Com mais de 1h e 30 minutos de duração, a trama da Netflix se baseia na violência sofrida pela autora do livro e roteirista do filme: “Não dava para racionalizar. Eu não preciso minimizar o que aconteceu, pois foi algo realmente ruim”.
Uma Garota de Muita Sorte reflete pontos reais da vida de Jessica Knoll como também reflete sobre a sociedade e como ela vê o abuso sofrido pela vítima.
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O filme provoca, em quem assiste, a pergunta eminente: O que aconteceu com a protagonista foi um estupro? Quando a autora pergunta a sua médica, a profissional se recusa responder afirmando que não estava “qualificada” para responder a pergunta.
“Queria que as pessoas falassem sobre ele [o livro] e que fosse um sucesso estrondoso, que mostrasse a todos do ensino médio que eu era ‘alguém’. Havia fatores classistas em jogo no abuso”, relatou Knoll para a Vogue.
O filme mostra como as mulheres são vistas na sociedade: interesseiras, invejosas, ciumentas e vingativas. Já os homens, como autores das violências cometidas, quase sempre saem como vítimas dessas mulheres predadoras.
Ao acompanhar a história de Any, se sabe que ela tenta denunciar a violência sofrida, mesmo tendo medo do julgamento popular ao qual será submetida independente da sua versão dos fatos.
A autora tenta expressar como a protagonista é sempre julgada por ser fútil e rasa, por querer ascender socialmente, inclusive por meio de um casamento, o que se torna somente mais uma válvula de escape para sua realidade triste, que é da maioria das mulheres: ser alguém de baixa renda, explorada e subjugadas pelo sistema. O status daria a ela um meio para se proteger dessa mesma sociedade que a desacredita, quando afirma ter sido vítima de violência sexual.
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