Na última terça-feira (25), uma mulher foi presa em flagrante em Rio das Ostras, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, acusada de matar seu filho adotivo, Samuel de Abreu, de sete anos.
A suspeita levou o menino ao Hospital Municipal Naelma Monteiro, onde ele veio a falecer devido aos graves ferimentos. O caso está sendo tratado como homicídio qualificado.
Investigação revela sinais de maus-tratos
A delegada Carla Ferrão, que está à frente das investigações, relatou que a condição da criança ao chegar ao hospital gerou desconfiança na equipe médica, resultando no acionamento da polícia.
“A criança apresentava lesões que evidenciavam que ela vinha sofrendo maus-tratos, efetivamente. Uma lesão muito séria na cabeça, o que despertou essa desconfiança no médico que a atendeu”, explicou Ferrão.
O corpo do menino foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Macaé para exames, que confirmaram múltiplos ferimentos decorrentes de agressões contínuas.
Os laudos periciais indicaram que Samuel tinha lesões de diferentes períodos, sugerindo um prolongado histórico de violência.
“A autópsia evidenciou diversas lesões por ação contundente no corpo da criança, com equimoses antigas e recentes, o que evidenciava esse histórico de violência”, detalhou a delegada.
Comportamento da mãe adotiva durante o processo
A mãe adotiva não admitiu sua participação no crime e optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório. Um aspecto que intrigou os investigadores foi o fato dela ter procurado ajuda médica apenas quando a situação do menino era irreversível e ainda assim em uma cidade vizinha, distante cerca de 26 quilômetros.
A suspeita trabalhava como fonoaudióloga nas prefeituras de Cabo Frio e Macaé e estava em licença-maternidade, concedida pelo processo de adoção do menino.
Diante dos fatos, a Prefeitura de Cabo Frio decidiu pelo afastamento imediato da servidora e afirmou que continuará acompanhando as investigações. Por outro lado, a Prefeitura de Macaé comunicou que o contrato da suspeita não foi renovado em janeiro deste ano, portanto ela já não estava mais entre os funcionários.
O Conselho Tutelar de Macaé informou que não havia registros de denúncias ou acompanhamento oficial da criança. A mãe biológica de Samuel havia perdido sua guarda anteriormente também por maus-tratos, levantando dúvidas sobre os critérios usados na fiscalização do processo de adoção.
O caso continua sob investigação e a mulher permanece detida, aguardando decisão judicial.