“Bem-Vindos à Vizinhança” (“The Watcher”) é baseada em uma história real bizarra que aconteceu no estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos.
A nova série estreou na quinta-feira (13) na Netflix e já começa a dominar os topos das paradas.
A versão dos diretores Ryan Murphy e Ian Brennan é fictícia, mas conta a história de um casal que adquiriu o imóvel dos sonhos e passou a receber cartas para lá de assustadoras. Ao contrário do seriado, com medo, eles nunca nem chegaram a morar na casa.
Por incrível que possa parecer, a história real foi ainda mais sinistra. Há cerca de 8 anos, o casal Maria e Derek Broaddus comparam uma residência colonial holandesa por 1,3 milhão de dólares.
Conforme se descobre no processo iniciado por eles contra os corretores depois do caso, o homem encontrou a 1ª carta anônima macabra antes mesmo da venda se tornar um assunto público.
” Você precisa encher a casa com o sangue jovem que eu pedi. Assim que souber seus nomes, vou chamá-los e atraí-los para mim. Pedi aos [proprietários anteriores] que me trouxessem sangue jovem.”
Ainda em carta, o autor se mostrou insatisfeito com as reformas. “Você conhece a história desta casa? Você sabe o que está dentro dos muros do 657 Boulevard [endereço do imóvel]? Por que está aqui? Vou descobrir.”
O casal ainda não residia no endereço quando, nos meses seguintes, encontraram mais duas cartas anônimas. “Quem vai ficar nos quartos de frente para a rua? Eu saberei assim que você se mudar. Vai me ajudar a saber quem está em qual quarto para que eu possa planejar melhor.”
Um artigo jornalístico publicado em 2018 foi o material que serviu de base para a criação de Bem-Vindos à Vizinhança. O texto conta que o autor das mensagens sinistras tinha ciência até dos apelidos das crianças de Maria e Derek.
“Não era alguém do outro lado da cidade ou de outro lugar… Era alguém que estava lá”, disse o jornalista Reeves Wiedeman, indicando se tratar de um vizinho. “E isso indicava alguém que morava muito perto ou passava muito tempo por lá.”
Posteriormente, a polícia local abordou um vizinho de 60 anos que supostamente tinha problemas mentais. No entanto, nenhuma evidência confirmou a suspeita e, mais tarde, ele morreu.
Em um teste de DNA feito com a saliva coletada em um dos envelopes, foi descoberto que os materiais pertenciam a uma mulher.
De acordo com o detetive Barron Chambliss, a pessoa poderia ser irmã do mesmo vizinho. Também não era. As amostras de DNA eram incompatíveis.
Com a investigação sem pistas, os Broaddus desistiram de vez do imóvel e tentaram vender a casa – mas avisando os compradores sobre o que acontecia por lá (o que não aconteceu antes da compra e motivou o processo contra a imobiliária).
Obviamente, a venda da residência se tornou impossível por um longo período e a família considerou demolir o patrimônio colonial para dividir o terreno em dois. Entretanto, os moradores da região não gostaram nada da ideia e os políticos locais não aceitaram a demolição.
Após 3 anos, o jornal The Star-Ledger publicou que a casa foi alugada e inquilinos se mudaram para a casa, fazendo com que a 4ª carta fosse recebida. Desta vez, as ameaças eram físicas e as mensagens ainda mais agressivas.
Em 2018, o casal finalmente conseguiu vender o imóvel para uma família despreocupada com a história acerca do local (com um prejuízo de 400 mil dólares, além de danos incalculáveis com contas, gastos e reformas). Os novos ocupantes não receberam nenhuma carta, desde então.
Apesar de alguns suspeitos ao longo da investigação, até hoje o mistério nunca foi solucionado e ninguém sabe quem era o autor das cartas.
“Bem-Vindos à Vizinhança” é da Netflix
Quando falamos de serviços de streaming, não há como não se lembrar da Netflix, uma das principais referências nesse mercado.
A empresa foi criada em 1997 por Reed Hastings e Marc Randolph e, inicialmente, trabalhava com o aluguel de DVDs por correio para seus clientes.
Apenas em 2010 que a companhia decidiu expandir seus negócios e passou a investir em serviço de streaming. Neste mesmo ano, começou a expansão internacional, com o lançamento da plataforma no Canadá e, em seguida, na América Latina e Caribe.
A partir de 2012, a Netflix começou a produzir conteúdo original, com a estreia da série Lilyhammer. Desde então, uma infinidade de filmes, séries, animações e documentários próprios foram lançados, incluindo produções brasileiras. O documentário em curta-metragem Capacetes Brancos chegou a vencer o Oscar.