A polícia alega que Jemma Mitchell espanca e decapita Mee Kuen Chong depois que a vítima desiste de pagar mais de R$ 1 milhão para consertar sua casa.

A promotora imobiliária, Jemma Mitchell, 38 anos, também treinada em dissecação de corpos, se tornou a primeira mulher na Inglaterra a ser condenada à prisão perpétua por espancar e se livrar do corpo decapitado da aposentada Mee Kuen Chong, de 67 anos. A polícia acredita que a mulher ainda tenha mantido o corpo da vítima decapitado em sua casa por cerca de duas semanas antes de descartá-lo em uma floresta em Salcombe, Devon.

De acordo com informações do jornal The Guardian, Jemma atingiu Mee na cabeça com uma arma, e posteriormente teria forjado uma cópia do testamento da vítima, garantindo que cerca de 95% de sua propriedade, que custa mais de R$ 4 milhões, ficasse em seu nome. Ela premeditou o crime depois que Chong, conhecida pelos amigos como Deborah, acabou desistindo de lhe dar mais de R$ 1 milhão para pagar os reparos da casa da família Mitchell, dias antes do assassinato.

O detetive que liderou as investigações, Jim Eastwood, disse que a motivação de Jemma foi exclusivamente dinheiro, tendo mostrado ainda um grau significativo de planejamento e cálculo para tentar encobrir suas “ações horríveis”. Ela ainda alegou que a vítima era uma senhora vulnerável, que tinha buscado ajuda para lidar com sua saúde mental em declínio semanas antes de ser assassinada.

Jemma precisava do dinheiro em questão para concluir a reforma de sua casa, e desesperada acabou se aproveitando da boa vontade de Chong, que acabou mudando de ideia no meio do caminho. Foi quando a promotora imobiliária resolveu assassinar a mulher para tentar fraudar a garantia de sua propriedade.

A polícia acredita que as duas tenham se conhecido através de um grupo da igreja, e Mitchell acabou atuando como uma “curandeira espiritual” de Chong nas semanas em que tiveram contato. A acusada foi flagrada por câmeras de segurança deixando o endereço enquanto carregada duas pesadas e grandes malas com rodas.

Direitos autorais: reprodução/ Polícia Metropolitana

Durante o processo, um patologista alegou que as fraturas encontradas no crânio de Chong podem ter sido causadas depois que foi empurrada em uma superfície saliente ou por uma arma, mas a perícia não encontrou a provável arma do crime. Posteriormente, Jemma teria guardado os restos mortais no jardim da casa que dividia com a mãe aposentada, no noroeste de Londres.

Depois que o inquilino de Chong relatou seu desaparecimento, Jemma enviou uma mensagem dizendo que ela tinha ido passar um ano com sua família para “limpar a cabeça” e que ainda planejava ficar “em algum lugar perto do oceano”. No dia 26 de junho, ela dirigiu mais de 320 quilômetros até a cidade litorânea de Salcombe, em Devon, onde deixou o corpo decapitado e já em avançado estado de decomposição na floresta.

No caminho, um dos pneus do carro acabou furando, fazendo com que Jemma precisasse dirigir até uma estação de serviço para buscar ajuda. A pessoa chamada para prestar assistência revelou que ela parecia “confusa” e ainda que o carro tinha um “cheiro estranho de mofo” dentro. O corpo acabou sendo encontrado no dia seguinte por turistas, com a cabeça a poucos metros de distância, mas a identificação acabou atrasando mais do que o normal por conta da decomposição.

Direitos autorais: reprodução/ Polícia Metropolitana

No dia 30 de junho, Jemma fez um relatório a uma instituição para pessoas desaparecidas, dizendo que Chong a havia contatado para informar que se sentia negligenciada e que tinha ido viver com a família à beira-mar. Isso fez com que ela se tornasse a principal suspeita quando o corpo acabou sendo identificado, sendo presa no dia 6 de julho, mas se recusando a responder a qualquer uma das perguntas dos detetives.

No dia 9 de julho ela foi acusada oficialmente de assassinato, depois que uma busca em sua casa acabou descobrindo os documentos e demais arquivos pessoais de Chong, além do testamento falso. O júri deliberou por sete horas, e Jemma foi considerada culpada, se tornando a primeira mulher na Inglaterra condenada à prisão perpétua na televisão, precisando cumprir no mínimo 34 anos antes de se tornar elegível à condicional.

O que você achou do texto?

Muito legal
0
Gostei
0
Amei
0
Não sei
0
Bobagem
0
Agatha Rodriguez
Jornalista e redatora no site O Segredo. Procura escrever sobre temas impactantes e presentes no cotidiano de todos, incentivando as pessoas a se tornarem melhores a cada dia.

    Os comentários estão fechados.