Lucas Santos e Brenda Gonçalves, um jovem casal de Campinas, pais do João, de 4 anos, e do Matheus, de 3 meses, tinham sido despejados da moradia na pandemia e estavam tentando de tudo para não precisar dormir nas ruas da cidade de São Paulo.
Depois de Lucas perder o emprego em um lava-rápido em Campinas – única fonte de renda da família na época – veio o despejo, e o casal decidiu se mudar para a capital paulista em busca de novas oportunidades. Com as expectativas frustradas e os dois filhos a tiracolo, Lucas e Brenda começaram a vender balas nos semáforos para arrecadar R$ 50 no dia e garantir uma noite de sono com os dois filhos debaixo de um teto, em uma pensão simples no Centro.
Uma semana depois de uma reportagem contar essa história, a repercussão transformou o destino da família. Além das doações, o casal e as crianças agora têm um novo lar.
O químico Manoel Araújo, sensibilizado com a situação, decidiu oferecer uma moradia para eles se reerguerem nesse período. “Quando eu vi a reportagem, eu já fiquei querendo ajudar. De todas as maneiras, ajudar eles. Pedi pra Deus, porque eu tenho muita fé em Deus. Pedi pra colocar no meu caminho esse casal.”
A família do Manoel não pensou duas vezes em apoiá-lo nesta ideia: “A gente topou, super topou na hora, e o Luan falou: Porque não? Por que a gente não pode ajudar? Vamos ajudar”, contou a esposa do químico e empreendedora Luciane Araújo.
O filho único do casal, Luan Araújo, disse que ficou sensibilizado no momento em que o pai mostrou a reportagem: “Eu vi os dois novos, com basicamente a minha idade, que passaram por toda essa dificuldade e buscando essa maneira honesta de conseguir passar uma noite tranquila. Foi o que acabou tocando mais”, explicou.
Brenda ficou emocionada com a chegada na casa nova, no bairro de Parelheiros, extremo sul de São Paulo. “É a realização de um sonho estar em um lugar quentinho, que a gente pode cuidar da gente né, é maravilhoso.”
Para Lucas, a família dele estava apenas sobrevivendo nestes últimos meses: “Há uma semana atrás a gente não tinha expectativa nenhuma de vida. A única coisa que a gente tinha era ter que vender pra poder dormir. E no outro dia era tudo de novo. Hoje a gente tá voltando a ter uma vida outra vez. Porque realmente a gente não vivia, a gente vegetava e sobrevivia na verdade”.