O advogado de Maicol Antônio Sales, único suspeito preso até o momento no caso Vitória, afirmou que seu cliente está sendo “retratado como um dos maiores assassinos da face da Terra” e reforçou que ele não tem envolvimento com o crime.
Em entrevista ao portal Metrópoles, José Almir, advogado responsável pela defesa do detido, afirmou que a prisão foi desnecessária:
“Ele se entregou espontaneamente. Ao ver seu nome envolvido na situação, foi à polícia e colaborou entregando o carro. Não havia necessidade [da prisão]”.
Por essa razão, o advogado pretende solicitar a revogação da prisão de Maicol ainda nesta terça-feira (11/3).
Almir ressaltou que Maicol deseja, mais do que ninguém, que o caso seja resolvido e que o verdadeiro culpado seja encontrado. Se ele fosse o responsável, certamente não teria se apresentado à polícia e entregado o carro.
A prisão de Maicol
Ele foi identificado como proprietário de um Corolla prata que seguiu o mesmo trajeto e horário da adolescente enquanto ela se dirigia para casa. A polícia suspeita que o veículo tenha sido utilizado no assassinato de Vitória.
A prisão temporária de 30 dias foi decretada devido a contradições apresentadas pelo proprietário do carro sobre seu paradeiro na noite do crime.
Existem fortíssimos indícios de envolvimento de Maicol com os fatos investigados, além do que as versões contraditórias acerca de seu paradeiro na data dos fatos, especialmente na noite de 26/2, sugerem tentativa de obstruir a persecução criminal e torna flagrante a possibilidade de influenciar futuros depoimentos escreveu na decisão a juíza Juliana Franca Bassetto Diniz Junqueira, da Comarca de Jundiaí, interior paulista.
Na mesma decisão, a juíza rejeitou o pedido de prisão temporária para outro investigado, Daniel Lucas Pereira, mas autorizou a realização de busca e apreensão em relação a ele.
Contradições nos depoimentos
As contradições nos depoimentos de Maicol Antônio Sales dos Santos e de sua esposa foram cruciais para a detenção do proprietário do Corolla prata. Maicol relatou à polícia que, na noite do desaparecimento da jovem, em 26 de fevereiro, estava em casa com sua esposa. No entanto, ela contradisse essa versão ao afirmar que, naquela data, havia dormido na casa de sua mãe.
Além disso, a esposa revelou à polícia que começou a suspeitar de uma possível infidelidade do marido depois de ouvir de um amigo que o Corolla prata dele havia sido visto fora de casa. Ela confrontou Maicol sobre o boato, mas ele negou as acusações.
As contradições nos depoimentos de Maicol Antônio Sales dos Santos e de sua esposa foram cruciais para a detenção do proprietário do Corolla prata. Maicol relatou à polícia que, na noite do desaparecimento da jovem, em 26 de fevereiro, estava em casa com sua esposa. No entanto, ela contradisse essa versão ao afirmar que, naquela data, havia dormido na casa de sua mãe.
Além disso, a esposa revelou à polícia que começou a suspeitar de uma possível infidelidade do marido depois de ouvir de um amigo que o Corolla prata dele havia sido visto fora de casa. Ela confrontou Maicol sobre o boato, mas ele negou as acusações.
Além da esposa, os vizinhos do suspeito relataram à polícia que perceberam uma atividade incomum na residência de Maicol no dia em que Vitória desapareceu. Ele foi visto “entrando e saindo da garagem” e optou por estacionar o carro dentro de casa, em vez de deixá-lo na rua, como era seu costume.
Polícia refaz trajeto de Vitória
No sábado à tarde, duas equipes do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil realizaram buscas em Ponunduva, um bairro com chácaras em Cajamar, nas proximidades da residência de Vitória.
Durante a operação, os policiais localizaram uma chácara onde acreditavam que a jovem poderia ter sido mantida. O local foi monitorado pelas equipes, mas não há evidências concretas de que seja realmente o cativeiro. Além disso, as equipes recriaram o trajeto percorrido por Vitória antes de seu desaparecimento.
GCM encontra cabelo e roupas no local de desova
No dia 8 de março, a Guarda Civil Municipal de Cajamar encontrou roupas que aparentavam ser femininas e uma quantidade significativa de cabelo, a cerca de 10 metros do local onde o corpo de Vitória Regina dos Santos foi encontrado.
De acordo com Leandro Arantes, secretário de Segurança Pública da cidade, os itens estavam enterrados e foram descobertos enquanto os guardas-civis patrulhavam a área, acompanhados por um repórter.
“Chegando ao local, encontramos parte de cabelo e roupas à mostra. Não podemos confirmar que sejam da Vitória, mas afirmamos que são objetos femininos devido à proximidade do local”, explicou Leandro.
A adolescente foi encontrada sem vida no bairro Ponunduva, uma região de chácaras em Cajamar. Ela estava usando apenas um sutiã, com o cabelo raspado e apresentava sinais de quase decapitação.
Ligação com o PCC
O prefeito de Cajamar, Kauan Berto (PSD), refutou a ideia de que o brutal assassinato de Vitória Regina de Souza tenha qualquer conexão com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele enfatizou que o município é tranquilo e possui baixos índices de criminalidade, afirmando que as especulações sobre o envolvimento da facção no caso são um equívoco que prejudica as investigações.
“Desconheço qualquer tipo de atuação do PCC em Cajamar. Em 65 anos de Cajamar, como nascido e criado na cidade, e com experiência em outras gestões, inclusive como secretário, nunca ouvi falar sobre o envolvimento do PCC na cidade ou em seus bairros. Até porque os menores índices de criminalidade estão em Cajamar”, declarou Berto em coletiva à imprensa.
Durante a conversa com os jornalistas, Kauan também mencionou que a teoria sobre o PCC, assim como outras especulações envolvendo a sexualidade do ex-namorado de Vitória, apenas atraem a atenção da mídia, mas não ajudam a esclarecer quem realmente é o responsável pela morte da jovem.
O assassinato de Vitória
Vitória Regina de Souza, de apenas 17 anos, foi encontrada decapitada e com sinais de tortura na tarde de 5 de março em uma área rural de Cajamar, na Grande São Paulo. Ela estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, quando retornava do trabalho.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o corpo estava em avançado estado de decomposição.
A família conseguiu reconhecer Vitória pelas tatuagens no braço e na perna, além de um piercing no umbigo.
Imagens das câmeras de segurança mostraram a jovem chegando a um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro e, em seguida, entrando no transporte público.
Antes de embarcar no coletivo, Vitória enviou áudios para uma amiga relatando que homens suspeitos estavam em um carro a abordando enquanto ela aguardava no ponto de ônibus. Nos prints da conversa, ela mencionou que havia outros dois homens no local que a deixaram apreensiva.
Logo depois, ela entrou no ônibus e contou à amiga que os dois homens também embarcaram — um deles se sentou logo atrás dela. Ao chegar ao seu destino, Vitória desceu do coletivo e seguiu em direção à sua casa, localizada em uma área rural de Cajamar. Durante o trajeto, ela enviou um último áudio dizendo que os dois homens não a haviam seguido: “Tá de boaça”. Essa foi a última comunicação dela enquanto ainda estava viva.
Até o momento, pelo menos sete pessoas estão sendo investigadas pelo crime.
O delegado responsável pelo caso afirmou que “provavelmente foi um crime de vingança”.
Noite do desaparecimento
Vitória estava voltando para casa após seu turno em um restaurante no shopping de Cajamar, quando percebeu que um carro a seguia. Mais tarde, ela enviou áudios para uma amiga relatando que dois homens suspeitos a abordaram enquanto ela aguardava no ponto de ônibus.
Nos registros da conversa, Vitória mencionou que, ao chegar ao ponto para pegar o segundo ônibus da noite, sentiu a presença de dois homens que a deixaram apreensiva.
Após entrar no ônibus, ela percebeu que os suspeitos também embarcaram. Um deles se sentou logo atrás dela.
Ao chegar ao seu destino, Vitória desceu do ônibus e seguiu a pé por cerca de 15 minutos até sua residência, situada em uma área rural de Cajamar. Antes de desaparecer, ela enviou um áudio à amiga, dizendo que os dois homens não a seguiram: “Tá de boaça”. Essa foi a última comunicação de Vitória enquanto estava viva.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.
Também é possível denunciar casos de maus-tratos e negligência a crianças e adolescentes nos Conselhos Tutelares, Polícias Civil e Militar e ao Ministério Público, bem como através dos números Disque 181, estadual; e Disque 156, municipal.