A Justiça da Bahia condenou seis membros de uma família por integrarem uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
O grupo atuava em Feira de Santana e reinvestia os ganhos ilícitos em imóveis de luxo e fazendas. Entre os condenados está a médica Larissa Gabriela Lima Umbuzeiro, 30 anos, apontada como uma das cabeças do setor financeiro da organização.
A decisão foi proferida pela 3ª Vara Criminal de Feira de Santana na última terça-feira. O tribunal também determinou o sequestro de bens no valor de até R$ 50 milhões, incluindo 11 imóveis, 15 veículos e mais de 500 cabeças de gado.
Segundo o Ministério Público da Bahia, a organização era liderada por Rener Umbuzeiro, que morreu em fevereiro de 2024 durante um confronto policial.
Sua esposa, Niedja Maria de Lima Souza Umbuzeiro, e sua filha, Larissa Umbuzeiro, foram sentenciadas a 16 anos e 6 meses de prisão cada uma, acusadas de ocultar e movimentar o dinheiro do crime.
Perfil da médica Larissa Lima Umbuzeiro
Larissa Lima Umbuzeiro, filha do líder Rener Umbuzeiro, é médica e estava encarregada da gestão financeira do esquema ilegal, conforme reportagem do jornal O GLOBO.
Ela e seu esposo, Paulo Victor Lima, também estavam envolvidos na lavagem do dinheiro do tráfico. Nas redes sociais, o casal postava frequentemente fotos em viagens e eventos sociais. Larissa também compartilhava dicas de cuidados com a pele e comentários sobre estética online.
Desde dezembro de 2020, ela é registrada no Conselho Regional de Medicina da Bahia, sem especialidades listadas no site do conselho. Paulo atua como empresário e foi detido em São Paulo enquanto participava de um curso, segundo o Fantástico.
Identificação dos outros condenados
Além de Larissa, foram condenados pela Justiça baiana:
- Niedja Maria de Lima Souza Umbuzeiro (esposa de Rener Umbuzeiro e mãe de Larissa) — 16 anos e 6 meses
- Clênia Maria Lima Bernardes (irmã de Niedja)
- Paulo Victor Bezerra Lima (marido de Larissa)
- Gabriela Raizila Lima de Souza (sobrinha de Niedja)
- Robélia Rezende de Souza
Diego Gordilho, supervisor do grupo de investigações sensíveis da Polícia Federal, revelou em entrevista à TV Globo que a família adquiriu vários imóveis caros sem renda legal comprovada.
Detalhes da Operação Kariri
A investigação que culminou na Operação Kariri começou em 2019 após a apreensão policial de 900 kg de maconha escondidos em um caminhão carregado com bananas em Irecê, Bahia.
Durante a operação, a PF erradicou plantações do grupo em seis fazendas. A família empregava um método complexo para esconder seus bens: inicialmente registrando os imóveis no nome dos filhos do casal Rener e Niedja e posteriormente transferindo-os para parentes e terceiros para dificultar a localização.