Valentina Vassilyev teria tido 27 gestações, e o caso teria sido relatado pelo Mosteiro de Nikolsk, em 1782, que registrou todos os nascimentos.

O Guiness Book, também chamado de Livro dos Recordes, registra uma variedade de recordes superlativos em suas edições anuais, tanto em termo de performance do ser humano, quanto em extremos da natureza. Capaz de causar curiosidade na maioria das pessoas, grande parte desses grandes feitos acabam chamando atenção pelo grau de dificuldade, fugindo completamente da normalidade.

Um dos recordes que mais causam controvérsias é o de Valentina Vassilyev, russa considerada a mulher que mais deu à luz na história, 69 filhos. Segundo o Guiness, a mãe teria tido 27 gestações, das quais 16 eram de gêmeos, sete de trigêmeos e quatro de quadrigêmeos, totalizando o número atribuído. Se o número já seria considerado praticamente impossível nos dias de hoje, mesmo com o avanço da medicina, saiba que ela teria supostamente acontecido no século XVIII.

Estima-se que Valentina tenha vivido de 1707 a 1782, sendo a primeira esposa de Feodor Vassilyev, e falecido aos 76 anos de idade. Uma das coisas que mais surpreendem, além da suposta quantidade de crianças, é que ela viveu em Shuya, região agrária da Rússia, como camponesa no século XVIII. Inúmeras fontes da comunidade médica e científica buscaram estudar o caso, e explicam que, embora seja considerado impossível, existem remotas chances de que possa realmente ter ocorrido.

De acordo com reportagem da BBC, datada de outubro de 2015, sequer existem confirmações de que o nome da mulher seria realmente Valentina, e os historiadores afirmam que ele acabou se perdendo entre os documentos com o passar das décadas – principalmente quando consideramos que a mulher era considerada inferior e submissa ao homem.

O diretor da Divisão de Ciências Reprodutivas e Pesquisa de Saúde da Mulher da Universidade Johns Hopkins, James Segars, explica que, na teoria, as mulheres poderiam sim se tornar mães de uma quantidade inimaginável de filhos. Além disso, ele explica que trigêmeos e quadrigêmeos demoram menos semanas para nascer, ele acredita que ela tenha passado cerca de 18 anos de sua vida gestante.

Se isso seria realmente viável, Segars não sabe responder, principalmente quando levamos em consideração que depois dos 42, 44 anos, as mulheres dificilmente engravidam, e sem falar que a quantidade de filhos influencia no número de vezes que uma mulher se torna mãe. O profissional acredita que o casal teria que ter muita sorte, ou muito azar, para continuar tendo filhos até que ela completasse seus 50 anos, principalmente se ela amamentasse os bebês, ação que funciona como controle de natalidade natural.

Outra questão que intriga os cientistas é o fato de que, de acordo com os escritos da época, 67 das 69 crianças teriam sobrevivido à infância. No século XVIII a mortalidade infantil era altíssima para gestações com uma única criança, imagine então para as de gêmeos, trigêmeos ou quadrigêmeos? De fato, existem chances de ela ter sido um caso extremo, uma raridade, mas os profissionais têm suas dúvidas.

Se existem dúvidas, como ela entrou no Guiness Book?

Existem documentos oficiais de 1782 que revelam o número incrível de crianças, e o caso foi relatado às autoridades de Moscou no dia 27 de fevereiro daquele ano, pelo Mosteiro de Nikolsk, que supostamente teria registrado todos os nascimentos dos filhos de Feodor. Sim, de Feodor, porque ele teve mais de uma esposa!

The Gentleman’s Magazine, em 1783, revelou que tinha recebido uma carta original, datada de São Petersburgo, em 13 de agosto de 1782, de que Feodor, na época com 75 anos e com a “saúde perfeita”, teria tido 69 filhos com a primeira esposa, e 18 com a segunda (sendo seis pares de gêmeos e duas gestações de trigêmeos).

A história pode até ser verdade, mas…

Os estudiosos não podem descartar o caso, mesmo que considerem bastante improvável, mas como não existem provas de que tais números sejam, de fato, impossíveis de existir, precisam lidar com a dúvida. Porém, as imagens que comumente são atribuídas à mulher e à família Vassilyev são falsas, ou seja, não existem fotos comprovadamente que sejam da família.

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O Amor - Redação
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