Fernanda Aparecida da Conceição Borges, uma técnica de enfermagem de 25 anos que foi filmada agredindo uma menina de 10 anos acamada. Fernanda estava no papel de cuidadora da criança por aproximadamente seis meses.

Na última sexta-feira, a cena chocante em que Fernanda quebra o braço da pequena foi registrada. A menina recebe atendimento em home care e, segundo o portal Metrópoles, Fernanda tem um registro ativo como técnica no Conselho Regional de Enfermagem (Coren-DF) desde junho do ano anterior.

Após o ato violento, Fernanda terminou seu turno na noite de sexta-feira, reuniu suas coisas e sumiu, deixando sua escala para a cooperativa que a contratou. Logo depois, pediu demissão e bloqueou os contatos telefônicos da família da vítima e dos ex-colegas de trabalho.

Direitos autorais: Reprodução/ Arquivo pessoal

O contexto familiar e a contratação do serviço

Agora vamos entender o contexto familiar e como o serviço foi contratado. A mãe de Beatriz Almeida (nome fictício) contratou o serviço de home care através do plano de saúde. Uma cooperativa foi designada pela empresa para cuidar da menina.

Beatriz nasceu com a síndrome de Moebius, um distúrbio neurológico que afeta os nervos cranianos responsáveis pelos músculos da face e dos olhos. Essa condição resulta em deficiência motora facial, levando a uma expressividade reduzida.

“Por conta da síndrome, minha filha desenvolveu outras anomalias. Ela também é autista nível quatro de suporte, considerado o mais grave dentro do espectro. Ela não fala, não anda e não come. Então, é 100% dependente dos cuidados de terceiros. Uma criança indefesa”, relata a mãe da menina, que terá sua identidade preservada.

Rotação e suspeitas das enfermeiras

Fernanda e outras quatro enfermeiras da cooperativa se revezavam em turnos de 12 horas na casa da família. Na prática, Fernanda cuidava de Beatriz durante cerca de quatro dias seguidos.

Entretanto, há aproximadamente um mês, a mãe começou a suspeitar da competência de Fernanda e pediu sua substituição, mas não teve êxito.

Nesse período, ela notou hematomas na filha, alguns deles apontados por outras profissionais que observaram as lesões antes do início dos seus plantões. Na época, uma médica da equipe também alertou a mãe sobre o comportamento alterado da criança.

As suspeitas sobre as agressões recaem sobre a técnica Fernanda. Temendo pela segurança da filha, a mãe decidiu instalar câmeras de segurança na residência, incluindo uma no quarto de Beatriz.

“Minha filha não verbaliza e, também, não chora. Então ela não conseguia demonstrar que estava sendo agredida ou machucada. Por conta do autismo, ela se automutila e se debate, não sabíamos se os hematomas eram decorrentes desses episódios ou se seriam de agressões vindas da cuidadora”, relata a mulher.

As evidências das agressões ocorreram entre a última quinta e sexta-feira (21/2), na maioria das vezes enquanto a menina dormia. Todos os dias, a mãe revisava as gravações em que o quarto da filha estava iluminado, pois não suspeitava que essas violências aconteciam durante o sono.

Confira agressões:

As imagens às quais a reportagem teve acesso mostram o instante em que Fernanda deita a criança puxando-a pelo pescoço e acerta um soco nos joelhos dela. Em seguida, cobre o rosto da menina com um pano e, por fim, torce um dos braços da garotinha, resultando na fratura. Essa ação ocorreu na sexta-feira.

Em outra filmagem, a técnica de enfermagem dá um tapa no rosto da menina. Em outro momento, a criminosa puxa a orelha de Beatriz e enche sua boca com gaze, até que a vítima não consiga fechar os lábios. “Ela fez isso para que minha filha não babasse, e ela não precisasse ficar limpando”, comenta a mãe.

Braço quebrado

Na madrugada de sábado , a mãe notou a fratura no braço da menina, após o membro ter ficado totalmente inchado e vermelho.

“Precisamos acionar uma ambulância para levá-la ao hospital. Na unidade, os profissionais constataram que ela estava com o braço quebrado e tinha fraturas em diversas articulações do corpo, que já estavam se recuperando, então eram de agressões anteriores”, relata.

A família da criança nem teve oportunidade de confrontar Fernanda sobre as agressões, pois logo após finalizar seu plantão na sexta-feira, a mulher pediu demissão da empresa que fornece o serviço de home care e desligou sua linha telefônica. “Ela está incomunicável. Não temos informações sobre o paradeiro dela”, afirma.

“Estou chorando há dois dias. É uma dor muito grande saber que minha filha passou por isso. Sensação de que não posso dormir, porque preciso protegê-la”, desabafa a mãe.

A menina teve que ser hospitalizada durante o fim de semana, mas já recebeu alta para seguir com o tratamento em casa. O caso foi registrado como lesão corporal na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro). A Polícia Civil do DF está investigando os acontecimentos.

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