Uma mulher deficiente visual de 46 anos caiu na manhã desta quinta-feira (1) nos trilhos da estação Trianon Masp do Metrô, da Linha 2-Verde, no Jardim Paulista, Centro de São Paulo, por falta de ajuda dos funcionários da estação.

Segundo testemunhas que estavam no local, ao desembarcar do trem sem a ajuda, Magda Paiva caiu na linha por onde passam os trens. Uma locomotiva chegou a passar por cima dela, mas a mulher saiu ilesa.

“Eu estava indo trabalhar, como todos os dias. O funcionário que me embarcou na estação anterior avisou [a estação de destino], mas por algum motivo não tinha funcionário me esperando.(…) Fui tentar entrar a escada rolante para subir, só que acabei me perdendo e quando percebi, eu havia caído”, contou a mulher à TV Globo.

Magda Paiva contou que se salvou graças aos gritos dos usuários que estavam na plataforma.

“Eu tinha caído em um buraco e não tinha me dado conta que caí na via. Inicialmente eu queria subir e sair do buraco. Mas quando o pessoal começou a gritar ‘abaixa moça’, ‘abaixa’, me dei conta que estava na via e que, se eu não abaixasse, ia morrer”, lembrou ela.

“O Metrô estava vindo e eu deitei. Não sei o quanto ele passou por cima de mim, mas, na verdade, por incrível que pareça, estou bem. Não aconteceu nada. Estou só com algumas dores porque bati na queda. Mas na hora que deitei, foi o que me salvou. Graças às pessoas que estavam na plataforma”, completou.

Após o acidente, Magda foi internada no Hospital das Clínicas, no bairro de Cerqueira Cézar, onde permanece em observação.

A deficiente visual narrou à TV Globo que há tempos o Metrô de São Paulo sofre com falta de empregados nas estações para auxiliar os usuários deficientes.

“O Metrô está realmente com esse problema de falta de funcionário. Geralmente os usuários me ajudam. Mas ontem eu acabei não achando ninguém para ajudar. Os funcionários prestam serviço da melhor maneira que eles podem. Isso é fato. Mas nem sempre tem gente suficiente para ajudar o cego”, revelou.

O caso foi registrado pela Delegacia do Metropolitano (Delpom), que requisitou as imagens do sistema de monitoramento da estação para analisar a ocorrência.

O que disse o Metrô

Por meio de nota, o Metrô afirmou que puniu o funcionário que falhou no atendimento à passageira que caiu na via da estação Trianon e disse que “atende 2 mil Pessoas com Deficiência (PCD) todos os dias, além de contar com estações acessíveis”.

“[O Metrô] já foi premiado por seu relacionamento com esse público e não admite qualquer desvio do protocolo de auxílio aos PCDs. A operação do Metrô conta com 3,4 mil funcionários. Esse quadro é projetado para atender a demanda diária de passageiros que era de 3,7 milhões de passageiros antes da pandemia”, disse a nota da empresa.

Após o acidente, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo emitiu uma nota pública dizendo que “a falta de funcionário é uma problema sério” no Metrô e “exige uma solução rápida do governo estadual, que administra as Linhas 1,2,3 e 15”.

“O Sindicato dos Metroviários tem denunciado com frequência essa situação e reivindicando a contratação de funcionários por meio de concurso público. O sindicato constata que tornou-se rotina ver postos de trabalho sem funcionários”, disse a nota.

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O Amor - Redação
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