A criança disse que satisfazia os desejos dos homens suspeitos por dinheiro.
Dois homens suspeitos de explorar sexualmente uma menina de 11 anos no bairro Jardim Verônica, zona leste de São Paulo, foram presos na noite de segunda-feira (2).
Conforme o portal R7, a criança relatou à polícia que mantinha contato sexual com eles por dinheiro. O boletim de ocorrência mostra que o tio da garota foi à delegacia após tê-la flagrado enquanto conversava com dois adultos desconhecidos.
O homem teria notado um comportamento estranho para a idade da sobrinha, além do tempo recorrente em que ela passava no celular. No domingo (1º), o tio percebeu que ela estava cansada, falava algumas palavras estranhas e parecia estar sob efeito de drogas.
Muito preocupado, pegou o celular da irmã e lá viu que a sobrinha tinha conversas com homens adultos no Facebook. Em meio às mensagens, a vítima marcava os encontros e comentava sobre o pagamento para realizar atos sexuais.
O rapaz foi à delegacia e entregou as provas aos agentes, que confirmaram as acusações. Ele pontuou ter tomado a decisão de pegar o celular da irmã porque ela não acompanha a conduta da filha, ao ponto que as conversas da criança com os suspeitos aconteciam em seu dispositivo móvel.
De posse do aparelho, o tio da vítima continuou conversando com a dupla para marcar uma emboscada. Os policiais foram até o local onde o encontro foi marcado, junto com a criança, e lá, prenderam um dos suspeitos.
Na delegacia, o acusado confessou o crime e afirmou saber que a menina era menor de idade e que já havia saído uma outra vez com ela, tendo pagado R$150. O celular do criminoso foi apreendido, e os oficiais encontraram conversas com a garota, além de fotos de outras jovens entre 10 a 15 anos.
Em seguida, o outro suspeito também acabou preso após cair na armadilha. Para os agentes, ele negou saber que a vítima tinha apenas 11 anos e disse que aquele seria o primeiro encontro deles.
Todavia, ao analisar o aparelho celular do detido, foi encontrada uma conversa com outra menina, na qual ele pedia para sair com ela, dizendo que pagaria R$300. Também foram localizadas diversas fotos de menores de idade.
Em depoimento à corporação, a menina garantiu que uma amiga, de 12 anos, estava saindo com homens adultos. Desta forma, alguns rapazes começaram a mandar mensagens a ela, oferecendo dinheiro em troca de atos sexuais.
A menor começou a se prostituir para conseguir dinheiro para comprar roupas e outras coisas as quais tanto queria. O caso foi registrado no 62º DP Ermelino Matarazzo.
Violência contra crianças
Segundo o G1, a violência sexual contra crianças e adolescentes é crime. Quando tipificado como abuso sexual pode gerar pena de 6 a 10 anos de prisão. Caso a conduta resulte em lesão
corporal de natureza grave, a pena tende a variar de 8 a 12 anos. Desde 2014, esse tipo de crime se tornou inafiançável e hediondo.
Pais e mães devem ficar atentos pois existem vários sinais que indicam uma possível violência ou abuso sexual, pelo qual uma criança ou adolescente esteja sofrendo. Se de uma hora para outra, a criança que ia bem na escola, passa a tirar notas baixas ou deixa de brincar com os amigos ficando mais introspectiva, ela provavelmente está passando por isso.
Se for pequena, pode voltar a usar fraldas ou demonstrar pavor ao chegar perto de alguém. Em todos esses casos e em outros similares, é preciso redobrar a atenção com os pequenos.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.
Também é possível denunciar casos de maus-tratos e negligência a crianças e adolescentes nos Conselhos Tutelares, Polícias Civil e Militar e ao Ministério Público, bem como através dos números Disque 181, estadual; e Disque 156, municipal.