Otaviano Costa é um dos apresentadores mais queridos do país e há três anos surpreendeu seu público e o mercado anunciando o fim de seu contrato de exclusividade com a TV Globo. Ele contou que não parou desde então.
Apresentador de um talkshow no UOL, com direito a plateia e convidados famosos, ele está voltando à TV aberta para comandar o “Cozinhe Se Puder” no SBT. A volta a um modelo mais tradicional de mídia agora não é seu ganha pão principal, mas “parte do meu arquipélago de negócios”.
Otaviano celebrou o movimento que fez há três anos. “Sai da TV para gerar essa transformação. E ela será um veículo eterno no Brasil, assim como é nos Estados Unidos. Acredito muito neste meu retorno à televisão aberta que parte da teoria que tudo coexiste. Precisava ter saído para estruturar o negócio como um todo”, avalia.
Assim que deixou o canal dos Marinho, Costa montou um estúdio e uma produtora. “Fiz esse movimento há três anos e hoje o mercado sofre uma mutação natural. o que aconteceu nos últimos tempos sobre a forma de consumo de conteúdo, potencializado por novas formas de tecnologia com a internet e os streamings”, comenta.
Empolgado com o crescimento da internet e das produções nas diferentes plataformas, ele quer experimentar. “Estamos criando novos hábitos por conta da tecnologia e temos um novo olhar sobre tudo. Ainda não é uma mídia de massa, mas quando atingirmos todos os cantos, será notável a transformação”, projeta.
Novos mercados
Junto com a chegada dos players, que são as plataformas onde os conteúdos são exibidos, ele ressalta também os modelos de negócio que vem sendo adotados no mercado brasileiro.
“No Brasil temos o Lázaro Ramos como showrunner. Olha o termo que estamos trazendo para o nosso glossário. O produtor brasileiro não tem as mesmas funções do americano, agora estamos igualando as funções. Não estamos trazendo só a cultura, estamos trazendo o modelo de negócios e funções”, ressalta.
Nos últimos 15 meses plataformas como Disney+, Netflix, Prime Video e outros serviços têm olhado com interesse para as produções nacionais e Otaviano tem certeza que o movimento não tem volta. “[Com o modelo de negócios adotado] Fica mais claro para quem está investindo no audiovisual brasileiro. Eles sabem que o showrunner é o showrunner, não o produtor que monta a locação, por exemplo. Cada vez mais chegará dinheiro de fora para essa nova era”, conclui.