As falas polêmicas da atriz Cássia Kis têm causado desconforto entre a equipe técnica, o elenco e até mesmo o público.
As diversas aparições da atriz Cássia Kis, 64 anos, em movimentações e atos golpistas, que reclamam os resultados das urnas eletrônicas, além de falas homofóbicas e declarações que condenam a liberação do aborto no Brasil e até mesmo o uso de métodos contraceptivos, estão abalando as relações profissionais entre a equipe e a emissora.
Segundo a coluna de Valmir Moratelli, da revista Veja, muitos se perguntam o que falta para que a Rede Globo dar um “corretivo disciplinar” em Cássia Kis, emitindo apenas um curto comunicado negando que compactua com as falas homofóbicas da profissional. A atriz estava em uma live com a jornalista conservadora Leda Nagle, quando disse: “Não existe mais o homem e a mulher, mas mulher com mulher e homem com homem. Essa ideologia de gênero que já está nas escolas. Eu recebo imagens inacreditáveis de crianças de seis, sete anos se beijando, onde há inclusive um espaço chamado ‘beijódromo’ ou algo assim.”
“Que eu saiba homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Como a gente vai fazer?”, questionou a atriz na live com Leda. A declaração inflou a equipe da novela “Travessia”, que passou a pedir que ela fosse removida do folhetim, ou ao menos tivesse o papel reduzido. A emissora emitiu uma nota curta: “A Globo tem um firme compromisso com a diversidade e a inclusão e repudia qualquer forma de discriminação”, como noticiou o jornal O Globo.
Segundo o colunista da Veja, a emissora Globo está “em uma enrascada”, isso porque Cássia Kis possui um dos papéis centrais de “Travessia”, novela de Glória Perez que não anda bem, de acordo com o ibope e o público. Com menos de um mês de exibição, tirar a atriz do ar seria uma tarefa difícil, fazendo com que a autora tivesse que mudar toda a trama.
Isso significa que dentre as pessoas que mais têm resistido à saída de Cássia Kis da novela, evitando que uma “medida drástica” seja tomada em relação à sua permanência ou saída do elenco. Nos bastidores, as informações são de que a maioria dos atores foge e tenta evitar encontrá-la pelos corredores da Globo, e que os únicos que ainda oferecem algum tipo de apoio são Humberto Martins, Jade Picon e Chay Suede.
O diretor Mauro Mendonça Filho foi procurado por alguns profissionais que querem o afastamento imediato de Cássia Kis, um homem da equipe de caracterização da novela, que cuidava diretamente de seu camarim, pediu para ser remanejado depois de ouvir palavras ásperas da profissional em duas ocasiões. Além de ser assumidamente gay, ele ainda explica que se sente atacado pelas falas homofóbicas que proferiu nas redes sociais.
Por mais que a equipe técnica e o elenco estejam inflamados, pedindo a saída de Cássia, Glória Perez segue escrevendo para a personagem como se nenhum tipo de desconforto esteja ocorrendo. O colunista explica que a autora não reduziu nenhuma linha da atriz, e que isso faz com que sinta que tenhas as “costas quentes”, não se importando com suas ações fora das telas.
A emissora pediu que Cássia Kis evitasse participar de manifestações antidemocráticas, mas ela não ouviu a Globo, e no último dia 6 participou novamente de um ato, onde apareceu usando uma camiseta escrita “aborto, não”, onde rezou, enquanto segurava um terço e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, envolta em uma bandeira do Brasil.
O colunista ainda revelou que Glória Perez não tem interesse em tirar a atriz da trama, e por enquanto segue mantendo Cássia em “Travessia”, mas ao que tudo indica, as pressões populares, o baixo ibope da novela e o desconforto causado na própria equipe podem ser fatores decisivos para que ela seja retirada no futuro.