Iraniano foi morto a tiros depois de comemorar a eliminação do Irã na Copa do Mundo no Catar.

Um homem do Irã morreu baleado por forças de segurança apenas por ter comemorado que o país perdeu para os EUA, na partida disputada nesta terça-feira (29), durante a Copa.

O crime gerou diversas reações de apoiadores e críticos do regime iraniano, como apontado pelo portal R7. Relatos de grupos de direitos humanos pontuam que Mehran Samak, de 27 anos, foi assassinado depois de acionar a buzina de seu carro, em Bandar Anzali, cidade localizada na costa do mar Cáspio, no noroeste de Teerã.

O grupo Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega, denunciou que Samak foi um alvo deliberado. As forças de segurança teriam atirado em sua cabeça após a derrota da seleção nacional contra os Estados Unidos.

Já o Centro para os Direitos Humanos no Irã (CHRI, na sigla em inglês), com sede em Nova York, informou que Samak foi assassinado pelas forças de segurança por celebrar a derrota. A instituição divulgou um vídeo do enterro do jovem em Teerã, na quarta-feira, no qual se podiam ouvir gritos de “Morte ao ditador!”.

Irã é palco de protestos deflagrados pela morte de uma jovem curdo-iraniana chamada Mahsa Amini, em 16 de setembro, três dias depois de ser presa. Na época, ela foi acusada de violar o código de vestimenta do país, que exige o uso do véu publicamente.

Entenda o caso de Mahsa Amini, jovem que morreu e despertou revolta no Irã

Mahsa Amini foi detida pela Polícia da Moralidade no Teerã no dia 13 de setembro. Aos 22 anos, ela foi acusada de infringir o principal e mais rígido código que envolve a vestimenta feminina, ao deixar uma mecha do cabelo aparecer.

Direitos autorais: Reprodução/Twitter

Segundo a Cultura, Mahsa entrou em coma e faleceu no terceiro dia após o ocorrido no hospital. O Irã garante que a moça morreu devido a uma enfermidade, mas a família alega que na verdade houve espancamento.


O caso se transformou em símbolo de revolta no país, fazendo com que a população tomasse as ruas em protestos contra a falta de direitos e as leis compulsórias do país. Entoando o slogan “mulheres, vida, liberdade” em alto e bom som, muitas mulheres cortaram seus cabelos durante as manifestações, realizando uma tradição persa que representa tristeza e protesto.

Os protestos repercutem em outros países. As atrizes francesas Marion Cotillard e Juliette Binoche, que publicaram vídeos em suas redes sociais, e a parlamentar da Suécia Abir al-Sahlani, que cortou o cabelo e fez um discurso em solidariedade à Mahsa Amini em meio a uma sessão da Comissão Europeia, foram algumas das personalidades que engajaram em favor da causa.

As leias iranianas enfatizam que a mulher deve cobrir os cabelos com um hijab, que é um véu islâmico, e usar roupas mais largas para disfarçar seus corpos, de maneira que não evidencia as curvas do biotipo feminino. O Guia Supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, passou a acusar seriamente os Estados Unidos e Israel de incentivar manifestações contra as rígidas determinações do país.

Jogador iraniano é condenado à morte por participar de protestos pela morte de Mahsa Amini

Conforme O Globo, o sindicato mundial dos jogadores profissionais de futebol (FIFPro), se disse “chocado” com a provável condenação à morte no Irã do jogador iraniano Amir Nasr-Azadani, de 26 anos, que está ligado às manifestações que abalam o país há pelo menos três meses.

O sindicato escreveu uma nota em sua conta no Twitter dizendo que o FIFPro está inclusive enojado com as notícias de que o jogador de futebol profissional pode ser executado no Irã depois de fazer a campanha pelos direitos das mulheres e liberdades fundamentais no território iraniano. No final, publicaram que eram solidários a Amir. Veja:


Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.

O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.

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Mayara Gabrielle
Redatora dos sites O Segredo e O Amor. Escreve sobre reflexão, inspiração e boas notícias, incentivando a todos a se tornaram uma melhor versão de si mesmos.

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