Thais Santos Oliveira morreu ao ser atacada pelo criminoso, que feriu a mulher perto das crianças.
Uma jovem de 26 anos foi morta pelo ex-companheiro, de 29, em Montes Claros (MG). A vítima, Thais Santos Oliveira, tinha uma medida protetiva contra o suspeito, que não aceitava seu novo relacionamento.
Segundo o portal R7, esse foi o motivo do assassinato, que aconteceu na frente dos próprios filhos do casal. Mulher foi morta à facadas dentro de casa, no interior mineiro. O suspeito do crime teria pulado o muro e surpreendido a ex-esposa.
Os filhos ficaram traumatizados com a cena da mãe sendo morta pelo pai. O de oito anos virou para o tio Rafael Santos, irmão de Thais, e contou que o patriarca havia enfiado a faca em sua mãe várias vezes. O objeto utilizado no crime foi apreendido e a perícia da Polícia Civil constatou um total de oito perfurações no corpo da vítima.
O assassino confesso afirmou que matou a ex-companheira porque ela estaria se relacionando com outro homem. De acordo com a polícia, o rapaz tem diversas passagens por uso e tráfico de drogas, além de ter sido preso por ameaçar Thais Santos em outra ocasião.
Ela foi enterrada no Cemitério do Bonfim em Montes Claros e o irmão da jovem espera que o autor pague pelo crime. Lamentou o fato da medida protetiva só proteger depois que a mulher está morta.
Irmão de Thais. Direitos Autorais: Reprodução/Record TV
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Abaixo, fotos da vítima e do criminoso, seu ex-marido, e um vídeo com detalhes sobre o caso. Confira:
Direitos Autorais: Reprodução/Record TV
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Feminicídios batem recorde no 1º semestre de 2022 no Brasil
Conforme o G1, no primeiro semestre de 2022, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, uma média de quatro por dia, baseado em dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública obtidos com exclusividade pela TV Globo, GloboNews e o G1. O número é o maior já registrado em apenas seis meses e ocorre em um momento que o país teve o menor valor destinado às políticas de enfrentamento à violência contra a mulher.
Se comparado a 2019, o crescimento foi de 10,8%, apontando para a necessária e urgente priorização de políticas públicas, tanto para enfrentamento, como prevenção à violência de gênero, como apontado pelo Fórum. O aumento foi de 3,2% em relação ao primeiro semestre de 2021, quando 677 mulheres foram assassinadas.
Desde 9 de março de 2015, a legislação prevê penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam violência doméstica e familiar e/ou discriminação ou menosprezo à condição de mulher. Os casos mais comuns desses tipos de assassinatos acontecem por motivos como a separação, por exemplo, em que na maioria das vezes os ex-parceiros não aceitam o fim do relacionamento.
Informações pontuadas pela reportagem apontam que se mantida a tendência de crescimento nos casos assim como de janeiro a junho de 2022, a tendência é fechar o ano com novo recorde de feminicídios. Tudo indica um crescimento da violência letal contra meninas e mulheres em decorrência do seu sexo e de sua condição de gênero.
Dentre as regiões com maior número de ocorrências, a Norte teve destaque no primeiro semestre dos últimos quatro anos, marcando um aumento de 75%. A região Centro-Oeste também obteve crescimento significativo, com 29,9% de alta entre 2019 e 2022.
Já dentre as unidades da federação, Rondônia teve o maior aumento, sendo de 225%, seguido por Tocantins, com 233,3% e o Amapá com 200%, todos na região Norte. Na contramão, o número de homicídios no Brasil teve queda nos primeiros seis meses de 2022.
Ao todo, foram 20,1 mil assassinatos no primeiro semestre do ano, o que aponta uma queda de 5% em relação ao mesmo período, referente ao ano passado.
Recursos
Apesar do crescimento ininterrupto da violência letal contra a mulher no período analisado, os recursos investidos pelo governo federal para o enfrentamento à violência reduziram drasticamente.
O governo do presidente Jair Bolsonaro, durante os quatro anos de gestão, propôs no Orçamento da União 94% menos recursos para políticas específicas no combate à violência contra a mulher, do que no quadriênio anterior.
Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.