“Uma menina educada, gentil, que trabalhava com dedicação, demonstrando comprometimento e responsabilidade”, descreveu Patrícia Passeli, proprietária da padaria onde Clara Maria, de 21 anos, trabalhava como auxiliar de cozinha.
Além disso, Clara era artista e se dedicava à produção de peças de argila e pinturas.
Detalhes do assassinato
A Polícia Civil informou que três homens foram presos sob suspeita de envolvimento no assassinato da jovem: Thiago Schafer Sampaio, Lucas Rodrigues Pimentel e Kennedy Marcelo da Conceição Filho. Thiago, ex-colega de trabalho da vítima, devia R$ 400 a ela, conforme o boletim de ocorrência.
De acordo com a polícia, Thiago e Lucas confessaram o crime, enquanto Kennedy negou qualquer participação e foi liberado pela delegacia.
A jovem estava desaparecida desde o último domingo (9), quando saiu para cobrar a dívida de Thiago.
O corpo de Clara Maria foi encontrado nesta quarta-feira (12) pela Polícia Civil, em um corredor estreito na frente de uma casa no bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Os bombeiros relataram que a vítima estava enterrada e coberta com uma camada de concreto, que ainda não havia secado completamente.
Últimos momentos vistos
O namorado da vítima relatou à polícia que esteve com Clara em uma choperia na última sexta-feira (7), onde ambos avistaram Thiago Sampaio no local.
Clara comentou com o namorado sobre a dívida que o suspeito tinha e mencionou que ele estava evitando se aproximar do casal. No dia seguinte, Thiago procurou Clara, afirmando que queria quitar a dívida.
Impacto da perda
Natural de Uberlândia e órfã de pai, Clara vivia sozinha desde os 14 anos. Seu amigo Fernando Sorrentino, de 20 anos, destacou sua trajetória inspiradora.
A ausência dela no trabalho preocupou os colegas pela sua dedicação. Clara era também skatista e amava seus dois gatos.
“Acho que as coisas mais importantes para ela eram estes gatinhos, ela era apaixonada por eles”, comentou Sorrentino.
“Foi uma catástrofe que aconteceu. A Clara era muito amada, tinha muitos amigos. Sempre que ela estava por perto, mudava a energia. Tivemos bons momentos juntos”, recordou Sorrentino.
Desaparecimento
Um amigo de Clara Maria Venancio Rodrigues registrou um boletim de ocorrência sobre seu desaparecimento. Ele relatou que conhecia a jovem há sete anos e que ambos trabalharam juntos no último domingo (9).
O amigo contou que, ao final do expediente, Clara foi até a casa de um ex-colega de trabalho para cobrar o pagamento de uma dívida. Por volta das 22h45, ela enviou uma mensagem dizendo que havia recebido o dinheiro e que “estava indo para casa”. O trajeto levaria cerca de dez minutos, mas várias horas se passaram sem que Clara retornasse.
O amigo tentou ligar para ela diversas vezes e, por volta de 00h30 da segunda-feira (10), recebeu uma mensagem dizendo: “Oi, estou bem. Estou ocupada agora”. Ele estranhou o tom da mensagem, pois Clara normalmente não respondia dessa forma.
Tentou novamente contatá-la ao longo do dia e, somente por volta das 9h30, recebeu uma resposta em que ela o chamava de “amiga”, o que o deixou ainda mais desconcertado.
O amigo também tentou entrar em contato com o ex-colega de trabalho com quem Clara foi buscar o dinheiro, mas não obteve sucesso. Na mesma segunda-feira, os celulares de Clara e do ex-colega deixaram de receber chamadas e mensagens.
Ele enfatizou que Clara não tinha envolvimento com drogas e era uma pessoa muito responsável, tanto no trabalho quanto no cuidado com seus animais de estimação.